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quarta-feira, 27 de março de 2013

Quem sabe um Dia







Quem sabe um dia,
eu te verei chegar sorrindo,
e toda essa angústia
que me sufoca e me deprime,
será apenas uma lembrança
de um passado já distante.
Quanto tempo ainda terei
que conviver com o coração ferido,
se tudo que eu preciso é da tua presença
e isso eu não consigo,
porque a distância é como um abismo,
intransponível e invisível,
e isto tudo não faz sentido,
porque eu te quero tanto
e tu não ouves o meu pranto.
Minhas lágrimas escorrem por todo o canto 
e por mais que eu reprima essa dor,
que me acompanha
e que me fere tanto,
sinto que a tua ausência
fere mais que o silêncio,
que agoniza com o meu pranto.
Aonde estás,
que não ouves esse lamento?
Só me diz enquanto há tempo,
porque o tempo há muito por aqui passou
e de neve meus cabelos transformou.
Quando enfim me encontrares,
saberás que existiu alguém,
que por ti esteve esperando
e não mais encontrarás
esse coração suplicante.
No lugar dele, apenas um tampo,
encoberto pela poeira do tempo,
onde se lê com letras apagadas:
" Aqui jaz um coração que te amou tanto!"




Débora Benvenuti

sexta-feira, 15 de março de 2013

Caminhando contra o Tempo

Desligue o som na parte superior do blog,
para assistir ao vídeo.



Estou aqui a imaginar,
que bom seria
se eu pudesse te encontrar.
Mas sei que isto
talvez seja só um sonho,
 impossível de se realizar.
Então vou sair,
Caminhar sem destino,
viajar pelo infinito,
carregar comigo a alma ferida
em busca de um coração amigo,
que possa me abrigar,
dessa solidão,
que está a me atormentar.
Vou caminhar contra o tempo,
não posso mais esperar,
preciso te encontrar.
Se não fosse assim,
que motivos teria
para continuar a te amar?
Estou perdida em pensamentos,
ferida em meus sentimentos
e caminhando de mãos dadas
com a solidão,
que invade o meu coração.
Só você pode mudar
o meu caminho,
se caminharmos juntos
na mesma direção,
contra  tudo e contra o tempo
e os obstáculos que se interpõem
na caminhada da vida.
Essa é a minha obsessão:
Te amar até a exaustão!

Débora Benvenuti

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Tempo




Tempo


Essa é a questão: Tempo.
As pessoas vivem em função do Tempo.
Muitos dizem: Eu não tenho Tempo.
- Mas o que é o Tempo?
O Tempo não existe.
Quem inventou o Tempo foi alguém que não sabia
o que fazer com o Tempo.
- Mas para que inventar algo que não existe?
Pura perda de Tempo!
E você vai se organizar no Tempo para que?
Para encontrar algo para fazer,
quando você não tiver Tempo para fazer nada?
Tudo é Tempo ou é Tempo perdido?
E lá vem o velho refrão de novo:
Há Tempo para tudo - tudo tem seu Tempo...
- Mas onde está o Tempo?
Será que o Tempo existe,
ou você existe em função do Tempo?
Lá vem o Tempo de novo:
- Eu não tenho Tempo!
Se você não tem tempo,
para que vai se preocupar
com algo que você não tem?
Vais perder mais Tempo ainda?
O Tempo já passou na janela
e só você não viu.
- E por que você não viu o Tempo passar?
- Porque o Tempo não existe e se não existe,
por que perdes Tempo com o Tempo?


Débora Benvenuti

terça-feira, 12 de junho de 2012

No túnel do Tempo



No Túnel do Tempo



O silêncio escorrega
no túnel vazio da tua ausência.
As palavras despem-se
do sentido que as cobrem
e vestem-se de longos momentos
de agonia.
Já não ouço mais nenhum som.
O vazio aumenta.
O vácuo engole voraz
a tua imagem
e o meu pensamento desfalece,
e audaz se desfaz,
na poeira do tempo
que o contempla.
Quero gritar,
mas nenhum som
se dispõe a me escutar.
As palavras se dispersam
e se perdem num emaranhado
de teias invisíveis.
Não vejo mais sentido
em nada do que eu digo.
Nem com frases mais eu consigo
descrever o que eu sinto.
O tempo corroeu o meu eu.
Desfez as marcas incrustadas
na saudade que grita
e agoniza na calçada.



Débora Benvenuti

domingo, 26 de dezembro de 2010

CINZAS DO TEMPO



Cinzas do Tempo


Há muito tempo
as pegadas na estrada
o vento apagou.
As pedras que indicavam o caminho
foram retiradas
e nada mais restou.
Só imagens borradas
que as cinzas das queimadas
em pó transformou.
Estou voltando pela mesma estrada,
ou será que estou enganada...?
Tudo a minha volta se transformou.
Na  paisagem que os meus olhos encantou,
nada mais brotou.
Só árvores retorcidas,
Cinzas amanhecidas
de um castelo de sonhos
que com o tempo desmoronou.
É o fim da estrada
Ou o início de mais uma jornada?


Débora Benvenuti