sexta-feira, 16 de maio de 2014
A Carta
Esta é a carta que você nunca recebeu,
a mensagem que nunca leu,
a lembrança de um passado que vivemos juntos,
Você e Eu.
Nela eu enviava todos os sonhos meus
e queria realizá-los
juntamente com os teus.
Meu coração amargurado,sobreviveu,
mas nunca te esqueceu.
Te esperei a cada cair da tarde,
até a madrugada,
e com o passar dos anos,
a tua imagem foi ficando desbotada
e os meus sonhos todos apagados.
Sei que voltas a cada cinco anos,
mas quando voltares novamente,
terão se passado trinta anos
e você talvez nem lembres mais
o quanto nos amamos,
quantas vezes nos encontramos no bar da faculdade.
Nos intervalos de cada aula,
o encontro tão esperado.
Meu coração batia tão depressa,
que tinha medo que você pudesse ouvi-lo,
batendo descompassado.
Depois a despedida,
e o Adeus mais uma vez adiado.
Um encontro às escondidas,
fingindo que nada havia acabado.
Hoje somos apenas lembranças
de um passado quase apagado,
que só ficou guardado
no meu coração amargurado.
Débora Benvenuti
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Aquarela
Artista inglesa Ann Mortimer.
Quero pintar uma tela com
as cores da aquarela,
em tons de azul e anis
e alguns matizes de amarelo,
com violetas na janela,
cortinas cor de rosa,
com cravos e canelas.
Nos lençóis,
cores suaves e perfumes de jasmim,lírios e alfazemas.
Para completar a cartela,
faltam ainda os matizes
de laranja e amarelo
que pego emprestado dos girassóis
do meu jardim.
O verde eu encontro
estampado no tapete do meu quarto
e para completar o quadro,
falta pintar o retrato de uma cena abstrata,
que recortei das páginas de uma revista
que guardo atrás da porta do meu quarto.
Débora Benvenuti
e alguns matizes de amarelo,
com violetas na janela,
cortinas cor de rosa,
com cravos e canelas.
Nos lençóis,
cores suaves e perfumes de jasmim,lírios e alfazemas.
Para completar a cartela,
faltam ainda os matizes
de laranja e amarelo
que pego emprestado dos girassóis
do meu jardim.
O verde eu encontro
estampado no tapete do meu quarto
e para completar o quadro,
falta pintar o retrato de uma cena abstrata,
que recortei das páginas de uma revista
que guardo atrás da porta do meu quarto.
Débora Benvenuti
Quando o Sol se Por
Quando o sol se por
docemente
e os últimos raios iluminarem o poente,
a tua sombra se projetará suavemente
em minha mente,
qual pássaro que adormece
assim que anoitece...
A noite estende seu manto
e nem percebe o meu pranto
que se desfaz como por encanto,
quando adormeço no meu recanto...
Delírios, sonhos, canções,
habitam cada cantinho do meu coração
e eu embalo esses momentos como
se fossem fragmentos da minha solidão.
A tua imagem se sobressai e se esvai,
sumindo de mansinho, a cada minuto
que transformam a minha noite
num eterno e imenso caminho,
onde não há espaço para o teu carinho...
Quando o sol se por em todo o seu esplendor,
a minha noite será eterna sem o teu calor...
Débora Benvenuti
e os últimos raios iluminarem o poente,
a tua sombra se projetará suavemente
em minha mente,
qual pássaro que adormece
assim que anoitece...
A noite estende seu manto
e nem percebe o meu pranto
que se desfaz como por encanto,
quando adormeço no meu recanto...
Delírios, sonhos, canções,
habitam cada cantinho do meu coração
e eu embalo esses momentos como
se fossem fragmentos da minha solidão.
A tua imagem se sobressai e se esvai,
sumindo de mansinho, a cada minuto
que transformam a minha noite
num eterno e imenso caminho,
onde não há espaço para o teu carinho...
Quando o sol se por em todo o seu esplendor,
a minha noite será eterna sem o teu calor...
Débora Benvenuti
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Ser Mãe
Cada
vez que eu me olho no espelho, mais percebo o quanto estou parecida com a minha
mãe. Às vezes até os trejeitos dela eu estou fazendo igual. Aquela velha mania
de perder os óculos e sair a procurar,quando eles estão exatamente onde
deveriam estar: pendurados por uma cordinha no pescoço. Então minha filha
aparece e diz: mãe,tu já achou teus óculos? E eu respondo: ainda não e ela
continua: procura bem que tu acha...E não é que eu acho mesmo...? Quando eu
percebo que ela começa a rir, logo desconfio de onde eles possam estar. Ainda
bem que os óculos são só para ficar no computador. Muitas vezes, quando ela vai
sair à noite,eu faço as mesmas recomendações: leva o casaco que vai esfriar.
Cuidado ao parar na sinaleira. Não volta tarde. Quando você chegar no
barzinho,me liga e me diz se chegou bem. E lá fico eu esperando ela
ligar...Essa rotina parece que não vai acabar nunca e eu nunca vou deixar de
falar as mesmas coisas,exatamente como a minha mãe fazia. Naquela época,eu
achava que ela se preocupava demais e ficava dizendo para ela que nada ia
acontecer. Minha filha diz a mesma coisa. Então digo para ela: espera só tu ter
os teus filhos que nunca mais tu vais dormir sossegada. E a gente só percebe
que está igualzinha a nossa mãe, quando faz exatamente o que ela fazia. Um dia
a minha filha vai fazer a mesma coisa: vai se olhar no espelho e dizer: Estou
igual à minha mãe!
Faço
a mesma coisa com meu filho, só que para falar com ele, preciso subir num
banquinho.
Débora Benvenuti
domingo, 13 de abril de 2014
O Direito de Sonhar
O barco que conduzia a minha vida,
encalhou no deserto da minha solidão.
Do silêncio, fez-se ... o nada,
do nada ... a saudade.
O pranto encheu minhas horas vazias,
no vazio da minha existência.
Existiu um dia algo que eu chamei "Vida",
Hoje existe vida que eu chamo menos que nada.
Muito antes de você,
houve um princípio que se chamou amor.
... E o amor viveu enquanto alguém me fez acreditar
que o Amor era sinônimo de Vida ...
Depois do Amor ... fez-se a Espera,
da Espera ... o Caos ...
Chamou-se solidão as horas que antecederam a tua chegada.
E você esteve de partida antes mesmo de ter chegado...
Não existiu princípio - partimos do meio para o fim da Viagem.
As bagagens de recordações ficaram esquecidas
no último trem que deixou a Estação do Amor.
Esquecemos de sentir e mesmo assim,
as pedras nos feriram os pés
nus de qualquer sentimento.
E descalços mais uma vez,
deixamos que a vida nos roubasse algo
que nunca nos pertenceu:
- "O Direito de Sonhar" -
Débora Benvenuti
domingo, 2 de março de 2014
Nuvem Passageira
Sou nuvem
passageira,
tal qual o vento
quando sopra
as folhas secas e
as faz farfalhar.
Então fico a
imaginar como seria
vagar no infinito
do teu olhar.
Vejo uma luz se
acender,
um lampejo de
desejo,
uma lembrança de
cada beijo
e um suspiro ao
entardecer.
Será que estás a
lembrar,
de cada sonho que
sonhamos,
debaixo de um céu
de estrelas
que só eu ainda
vejo brilhar?
Já é outono
e me agasalho do
frio da noite
com o meu
cobertor de saudades,
deixado pela tua
ausência,
quando deixastes
de me amar.
Débora Benvenuti
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Quero ser o seu Amor
Não espere a hora
certa,
ela pode não
chegar...
Esqueça o amanhã,
eu estou a te
esperar.
Sinta a magia do
momento
e todo o meu
sentimento
que estou a
expressar.
Quero ser o seu
amor,
não me faças
esperar.
Lá fora o dia
amanheceu lindo.
Tudo está perfeito
agora.
Só falta você ao meu
lado para me dizer,
também quero te
amar.
Preciso tanto de
você...
Os sentimentos
precisam ser despertados,
nunca esquecidos
nesse canto escuro
chamado passado.
Então vem...
Estenda a tua mão
e me leve com você.
Abraça-me com
carinho.
Sinta o meu coração
batendo no teu compasso,
a esperança nascendo
a cada abraço e o amor despertando como uma rosa nascida no asfalto.
A hora é
agora...Faça acontecer.
Débora Benvenuti
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Silêncio
Ouço
os sons do Silêncio,
ou
será meu pensamento
que
caminha vagamente,
perdido
na neblina do tempo?
Ouço
vozes,
sons
que me conduzem
por
caminhos tortuosos,
por
passagens e paisagens
esquecidas
num canto
escuro
do meu coração,
onde
vagueiam perdidos
os
fantasmas da minha solidão.
Vejo
vultos cambaleantes,
que se
afastam lentamente,
envoltos
na neblina do tempo.
Vagueiam
em silêncio,
como
sombras indecisas,
tal
qual chama de uma vela,
quando
sopra a leve brisa.
Ouço o
silêncio do meu pensamento.
A noite é escura.
No
céu, a lua ilumina a rua,
e eu
esqueço os meus tropeços.
Não sei se mereço o que sinto neste momento,
em que
nada espero,nada quero,
só
ouço o silêncio do meu pensamento,
que
voraz,me devora,
enquanto
o silêncio que faz lá fora,
vai
embora...
Débora
Benvenuti
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Caminhos Cruzados
Caminho,
e
penso com carinho no teu rosto de menino.
Despertas desejo,
que
nem eu mesma sabia que existia.
E te
encontro tantas vezes no meu caminho,
que já
nem sei mais se o que eu sinto,
tenho
o direito de expressar.
Sonhos,
delírios,
que
martírio!
São
apenas sonhos,
que só
eu sei sonhar...
E
tantas vezes cruzamos o mesmo caminho...
Será o
destino que nos faz esquecer,
que
somos apenas amantes incapazes de se amar?
Se eu
pudesse te encontrar,
iria
te amar até o dia clarear,
com
todo o meu desejo que hoje vejo,
não
sou capaz de disfarçar,
por isso
preciso te dizer
o
quanto eu te quero amar...
Débora
Benvenuti
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Saudades
Quando
o silêncio da noite
percorre os corredores da saudade,
sinto
que a tua presença
se
esvai numa cortina de fumaça.
Sinto
apenas o frio da noite
que se
aproxima e me abraça...
E é
nesses momentos que sinto como dói a saudade,
de
tudo aquilo que tive
e tudo
aquilo que deixei de ter,
por
medo de te perder...
Já não
ouço mais o som dos teus
passos
subindo a escada,
ouço
apenas o silêncio da madrugada,
que se
prolonga e me amedronta
com o
seu silêncio,
rasgando
o meu peito de saudade...
Se
você pudesse me ouvir,
sentirias
o quanto eu sinto não poder mais
nos
teus braços me aconchegar,
sentir
o calor do teu corpo
e a
tua boca poder beijar.
Ouço
apenas o silêncio
da
madrugada,
que me
mantém acordada,
esperando
ouvir o som dos teus passos,
subindo
a escada...
Débora
Benvenuti
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