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sexta-feira, 16 de maio de 2014

A Carta






Esta é a carta que você nunca recebeu,
a mensagem que nunca leu,
a lembrança de um passado que vivemos juntos,
Você e Eu.
Nela eu enviava todos os sonhos meus
e queria realizá-los  juntamente com os teus.
Meu coração amargurado,sobreviveu,
mas nunca te esqueceu.
Te esperei a cada cair da tarde,
até a madrugada,
e com o passar dos anos,
a tua imagem foi ficando desbotada
e os meus sonhos todos apagados.
Sei que voltas a cada cinco anos,
mas quando voltares novamente,
terão se passado trinta anos
e você talvez nem lembres mais
o quanto nos amamos,
quantas vezes nos encontramos no bar da faculdade.
Nos intervalos de cada aula,
o encontro tão esperado.
Meu coração batia tão depressa,
que tinha medo que você pudesse ouvi-lo,
batendo descompassado.
Depois a despedida,
e o Adeus mais uma vez adiado.
Um encontro às escondidas,
fingindo que nada havia acabado.
Hoje somos apenas lembranças
de um passado quase apagado,
que só ficou guardado
no meu coração amargurado.

Débora Benvenuti

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Lembranças da minha Infância


Ainda me lembro,

as eternas brincadeiras de criança,
as belas tardes fagueiras,
as noites de lua cheia,
quando corríamos atrás dos vaga-lumes
para iluminar a lâmpada pendurada na figueira,
onde brincávamos de casinha
quando era tão pequena.
A brasa do cigarro,
que pensei ser um vaga-lume
e que me dissestes para pegar,
naquela noite escura,
em que pouca luz tínhamos na nossa rua...
Os brinquedos que fazias,
recortando lata vazia,
soldando e pintando,
colando figuras d'água,
para imitar as que existia.
O carrinho com motor,
que fizestes com tanto amor
e que tinha até acelerador.
As estórias que ouvíamos de nosso avô
e que eu dizia,
quando crescer,vou escrever,
para nunca mais esquecer.
Da bruxa do disco voador,
que correu atrás de você
e te fez passar pela porta de vidro
e depois disso,
nunca mais aparecer...
Quanto medo eu tinha
do lobisomem que imaginava estar
sempre a me esperar,
quando eu ia na casa da minha avó,
buscar o mata mosquito,
que minha mãe sempre esquecia de comprar,
e que eu temia sempre ter que buscar.
Andar à cavalo na fazenda do outro avô,
ver as ovelhas no pasto de manhã.
O leite quentinho na mangueira,
pular a cerca da porteira,
e dar milho às galinhas,
que ciscavam pelo pátio
e tantos outros momentos mágicos,
guardados na lembrança,
belas  cenas da infância,
que ainda guardo com carinho.
Depois o silêncio...
O relógio parado no quarto,
marcando a hora da partida,
tão criança ainda.
O frio que senti nessa hora,
o som das batidas na porta,
avisando a despedida,
o adeus e depois a saudade
que sinto ainda agora
e a tristeza que me devora,
porque sei que nunca mais
iremos brincar como outrora,
suaves tarde outonais,
que não voltarão jamais.
E daí onde estás, meu irmão,
sei que ainda ouvirás,
o som dos nossos risos,
que se perderam quando partistes,
para nunca mais voltar...



Débora Benvenuti

Homenagem à meu irmão, Naor Benvenuti



terça-feira, 27 de setembro de 2011

Um Túnel chamado Esperança



Um túnel chamado Esperança



Assim nos encontramos,
num túnel escuro,
no meio do nada,
sem saber o que há
do outro lado.
Somente o eco
 de nossas palavras
soaram confusos
e mesmo difusos,
se fizeram ouvir
e juntos decidimos
para onde seguir.
Caminhamos sem medo,
pois não há segredo
que não possamos
os dois juntos descobrir.
São sentimentos que nos fazem
outros caminhos seguir.
Já conhecemos os nossos desejos
e nessa busca incessante,
só queremos seguirmos juntos,
nessa longa estrada,
que nos conduz nesse túnel sem luz,
a um lugar chamado Esperança,
que é tudo o que nos resta,
além de nossas lembranças...

Débora Benvenuti