quarta-feira, 27 de março de 2013

Quem sabe um Dia







Quem sabe um dia,
eu te verei chegar sorrindo,
e toda essa angústia
que me sufoca e me deprime,
será apenas uma lembrança
de um passado já distante.
Quanto tempo ainda terei
que conviver com o coração ferido,
se tudo que eu preciso é da tua presença
e isso eu não consigo,
porque a distância é como um abismo,
intransponível e invisível,
e isto tudo não faz sentido,
porque eu te quero tanto
e tu não ouves o meu pranto.
Minhas lágrimas escorrem por todo o canto 
e por mais que eu reprima essa dor,
que me acompanha
e que me fere tanto,
sinto que a tua ausência
fere mais que o silêncio,
que agoniza com o meu pranto.
Aonde estás,
que não ouves esse lamento?
Só me diz enquanto há tempo,
porque o tempo há muito por aqui passou
e de neve meus cabelos transformou.
Quando enfim me encontrares,
saberás que existiu alguém,
que por ti esteve esperando
e não mais encontrarás
esse coração suplicante.
No lugar dele, apenas um tampo,
encoberto pela poeira do tempo,
onde se lê com letras apagadas:
" Aqui jaz um coração que te amou tanto!"




Débora Benvenuti

domingo, 17 de março de 2013

Cenário de Cinema




Um cabana pequenina

iluminada pela chama da lareira,

que fica acessa a noite inteira.

Na mesa de madeira,

a ceia servida

ainda está aquecida.

Lá fora o frio é intenso.

A neve cai em flocos

tão branquinhos,

que deixa os caminhos

ainda mais gelados,

enquanto dentro da cabana

tudo é tão quentinho.

Batem à porta

e o som evoca uma lembrança

tão distante,

de outros Natais

que não existem mais.

Ficaram esquecidos na lembrança

de quando eu ainda era criança.

O calor das chamas é aconchegante.

Esqueço esses pensamentos

agora tão distantes

e abro a porta da cabana.

Lá fora o frio é cortante

e o visitante entra trêmulo e hesitante.

Retira a capa e a echarpe

que o protegia da noite fria.

Suas mãos estão protegidas

por luvas grossas de alpinista.

Percebo que está cansado e ofegante.

Talvez tenha errado o caminho

e se perdido entre as montanhas

que a neve cobriu de mansinho.

Convido-o a se aquecer,

esperar a neve derreter,

talvez o dia amanhecer,

para que o visitante

possa o seu caminho de novo ver.

A noite é tão perfeita

que até parece cenário de cinema.

Complete você agora a cena

que se passou na cabana,

depois que o visitante

junto ao fogo da lareira,

do pesado abrigo se livrou

e a sua estória contou...


Débora Benvenuti

sexta-feira, 15 de março de 2013

Sedução de Outono



A lingerie de seda negra
sedutoramente ajustada.
A meia-calça na cinta liga fixada.
As meias rendadas com uma
costura delicada,
subia pela perna até as coxas firmes
e bem torneadas.
O scarpin de salto alto
deixava o andar de uma sensualidade
de fêmea esfomeada.
A saia justa com uma fenda
do lado, deixava o perfil alongado.
A silhueta na noite se destacava.
A blusa com botões delicados
eram desabotoados
por mãos firmes,
quase desesperadas.
A pressa em despir todas as peças
incendiava a imaginação
do homem que a acompanhava.
Num frênesi louco e desvairado,
ele não se continha,
até tirar toda a roupa
daquela mulher que tanto o seduzia.
E uma a uma,
as peças ao chão caíam.
As mãos ansiosas
deslizavam na pele macia
e ela se deixava despir
com muita sensualidade.
A boca ansiosa
percorria o corpo
em beijos quentes e cálidos.
Os corpos se tocavam
e ávidos,se amavam.
O desejo aumentava a cada beijo
e os dois se entregavam
a esses momentos íntimos,
sem medo.
Era amor, delírio, desejo.

Débora Benvenuti

Anoitecer Gelado




Cubro-me com o manto da noite,
neste anoitecer gelado.
Na cama os lençóis amassados
de tanto eu virar de lado.
O sono me abandona
e eu continuo acordada.
Ouço o silêncio da noite
e os sons abafados
me dizem que preciso
dormir ao teu lado,abraçada.
No silêncio da madrugada
o sereno cai em flocos
e me deixa ainda mais gelada.
Abraço o meu travesseiro
e sonho com um amor verdadeiro.
Fecho os olhos e te vejo.
Estendo os braços e te beijo.
Estás tão perto que sinto o teu cheiro
impregnado de odores de almíscar.
Másculo, doce e selvagem.
Sinto as tuas mãos deslizando
no meu corpo sedento.
As carícias despertando os meus sentidos
e em êxtase nos abraçamos.
Nossas bocas se procuram,
num desespero que nos leva à loucura.
E fazemos amor de forma tão intensa
que julgo estar delirando.
Acordo desse sonho febril
e percebo que é madrugada.
Você não está ao meu lado
E eu estou só e amargurada.

Débora Benvenuti

Caminhando contra o Tempo

Desligue o som na parte superior do blog,
para assistir ao vídeo.



Estou aqui a imaginar,
que bom seria
se eu pudesse te encontrar.
Mas sei que isto
talvez seja só um sonho,
 impossível de se realizar.
Então vou sair,
Caminhar sem destino,
viajar pelo infinito,
carregar comigo a alma ferida
em busca de um coração amigo,
que possa me abrigar,
dessa solidão,
que está a me atormentar.
Vou caminhar contra o tempo,
não posso mais esperar,
preciso te encontrar.
Se não fosse assim,
que motivos teria
para continuar a te amar?
Estou perdida em pensamentos,
ferida em meus sentimentos
e caminhando de mãos dadas
com a solidão,
que invade o meu coração.
Só você pode mudar
o meu caminho,
se caminharmos juntos
na mesma direção,
contra  tudo e contra o tempo
e os obstáculos que se interpõem
na caminhada da vida.
Essa é a minha obsessão:
Te amar até a exaustão!

Débora Benvenuti

Por um Momento





    Surges em meu pensamento
e por um momento
fico a imaginar
se estou te vendo
ou se é um sonho,
que estou a sonhar.
Pareces tão real,
que chego a te tocar.
Teu rosto é tão sereno
e a tua boca tão sensual,
parece me dizer,
quero te beijar.
E essa sensação
que chega a me envolver,
me faz divagar,
entre sonhos irreais
e o desejo de te amar.
Quero te sentir,
quero te seduzir
e te fazer feliz.
Não só com palavras,
mas com o meu corpo todo,
que estremece e se aquece
ao imaginar as tuas mãos
a deslizar pelo meu corpo,
ansioso dos teus carinhos,
que despertam os meus desejos
e me fazem vibrar,
como jamais cheguei a imaginar...
Por um momento,
somos dois amantes insaciáveis,
em busca dessa paixão
que nos enlouquece e
transforma o tudo em nada.
Um momento,
um sentimento.
 Tua ausência desnuda
o meu pensamento!


Débora Benvenuti