Um cabana pequenina
iluminada pela chama da lareira,
que fica acessa a noite inteira.
Na mesa de madeira,
a ceia servida
ainda está aquecida.
Lá fora o frio é intenso.
A neve cai em flocos
tão branquinhos,
que deixa os caminhos
ainda mais gelados,
enquanto dentro da cabana
tudo é tão quentinho.
Batem à porta
e o som evoca uma lembrança
tão distante,
de outros Natais
que não existem mais.
Ficaram esquecidos na lembrança
de quando eu ainda era criança.
O calor das chamas é aconchegante.
Esqueço esses pensamentos
agora tão distantes
e abro a porta da cabana.
Lá fora o frio é cortante
e o visitante entra trêmulo e hesitante.
Retira a capa e a echarpe
que o protegia da noite fria.
Suas mãos estão protegidas
por luvas grossas de alpinista.
Percebo que está cansado e ofegante.
Talvez tenha errado o caminho
e se perdido entre as montanhas
que a neve cobriu de mansinho.
Convido-o a se aquecer,
esperar a neve derreter,
talvez o dia amanhecer,
para que o visitante
possa o seu caminho de novo ver.
A noite é tão perfeita
que até parece cenário de cinema.
Complete você agora a cena
que se passou na cabana,
depois que o visitante
junto ao fogo da lareira,
do pesado abrigo se livrou
e a sua estória contou...
Débora Benvenuti
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