terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sentimentos Entorpecidos



Sentimentos Entorpecidos


Sentimentos entorpecidos,
há muito tempo adormecidos,
já não fazem mais sentido.

Assim me sinto a cada dia,
como um horizonte perdido,
a linha morrendo lentamente,
na agonia do dia que finda.

Como um sonho que se desfaz,
vejo a tua imagem se afastar,
se apagando lentamente
da minha memória latente.

Procuro-te em vão
nas ruelas escuras do meu coração.
Tudo é escuro, sombrio, deserto.
Nada indica que nele exista
uma só fagulha de emoção.

Os sonhos que lá existiam,
não existem mais.
Ficaram esquecidos
por não terem sido vividos.

Não vi o sol poente
se deitar lá no horizonte,
linha fugaz
de tantos sonhos existentes.

A noite vestiu seu manto
sem mesmo se despedir do dia.
Os sentimentos adormecidos
transformaram-se em pó de estrelas,
para iluminar a noite
que exausta, adormecia.


Débora Benvenuti

sábado, 20 de agosto de 2011

Noite de Magia



Noite de magia


Noite de magia,
suave melancolia.
Momentos eternos
de raro fascínio.
Assim são as noites
em que me contagias,
quando estou
em tua companhia.
Não me falas de amor
na tela de um computador,
mas me chamas de amiga
com tanto ardor,
que até parece
que sou teu amor.
Será isto outro sentimento,
nascido nos momentos
da ausência do amor?
Noites amenas
em que me pede apenas,
coisas tão singelas e pequenas.
São momentos serenos
em que me falas palavras tão doces,
como as de um menino,
quando me falas do vinho,
que estás a dispor,
quando eu for ao teu encontro
e fizermos amor...
Noite de magia,
em que me roubas momentos tão íntimos
e os transforma em amor...

Débora Benvenuti

Portal dos Sonhos



Portal dos sonhos




Abro a porta dos meus sonhos
e deixo entrar um som estranho.
A melodia suave me envolve
e eu flutuo em transe.
Quero sentir o amor chegando,
quero amar sem estar sonhando.
O teu rosto vou delineando
num folha de papel rabiscando.
Já sei até o que estás pensando
e sinto os teus braços me abraçando.
Flutuo suavemente,
sinto a brisa me acariciando.
Quero amar sem estar sonhando,
A tua imagem vai se delineando
e aos pouco os meus sonho transformando.


Débora Benvenuti

sábado, 13 de agosto de 2011

A Procura



A Procura

  
Procuras um amor
Que preencha este vazio
Esta lacuna fria
Que atormenta teu ser
Posso merecer sua atenção
Pegar na tua mão
Conduzi-la pelos caminhos
Que te levaram a mim

Poderei ser este felizardo
Receber este prêmio
Contigo neste ser lindo
Delicado e que desejo
Cada dia da minha existência

Sempre que preciso estais aqui
Amável e delicada
Amorosa e paciente
Sempre me inspira a falar de amor
Reclamas da solidão
Deste coração que vazio bate
Ecoa no teu quarto
Nas madrugadas escuras
Como vielas sombrias

Pudesse eu te tocar
Amar-te com paixão
Deitar-te sobre mim
Ouvir minhas súplicas
Sentir meu calor que se esvai
Um coração que ecoa no peito
Sempre em busca do teu
Mas que a distância impede-me
Segrega-me no meu quarto
Olhando o teu retrato

E imaginando o teu rosto
Me perco tantas noites
A pensar em tantas coisas
Que não admito, rejeito.
Mas o pensamento surge novamente
E eu perco o sono.
Então me levanto
E a solidão me acompanha.
São tantas noites insones
E tantas coisas estranhas.

Se pensar, não sonho,
Se sonhar, não penso.
E assim vou vivendo
Cada dia com mais desejo
De ver outro dia amanhecer
E os meus sonhos acontecer.


Dueto com o poeta Gerson
e Débora Benvenuti

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Espelho da Alma



Espelho da Alma


A imagem que se reflete
me deixa inerte.
Transponho a tênue linha
que me separa do consciente
e me vejo perdida
numa névoa envolvente.
Vislumbro sombras distorcidas
no tempo já esquecidas.
Quero enxergar além
da visão turva que
meus olhos vêem.
E te vejo de mim te distanciares,
como se estivesses partindo
para nunca mais voltares.
Grito o teu nome
e o eco retumba como flechas
lançadas a esmo,
num lugar negro e escuro.
Sinto calafrios e a minha alma
parece a mim não mais pertencer.
Vejo tudo escurecer.
Não sinto mais as lágrimas a escorrer.
Somente o vazio ao meu redor
quebra a imagem deste silêncio que me faz sofrer.


Débora Benvenuti

terça-feira, 19 de julho de 2011

Outono de Sonhos



Outono de Sonhos


Mais um outono de sonhos se desfaz,
 como pétalas pairando no ar.
Suave brisa de tardes outonais
que não voltarão jamais...
O desejo de te encontrar
se vai esmaecendo,
como se nunca tivesse existido
e o amor
que era tão antigo
já não existe mais.
Se o sonho se acabou
E nada mais restou,
Será que foi só um sonho,
Que nenhum de nós sonhou?
Ficou esquecido,
Como uma folha de papel
Sem nada escrito,
Esperando o momento certo
Para rabiscar um adeus
Sem sentido,
Palavras sem nexo,
Que ninguém mais leu...


Débora Benvenuti

O Amor e a Falsidade


O Amor e a Falsidade


O Amor
quando é verdadeiro,
não precisa de mensageiros.
Ele existe de uma só maneira,
se é falso
ou verdadeiro,
se é nobre
ou se é pobre,
esse sentimento
existe de forma traiçoeira:
- A muitos,
faz viver no paraíso.
A outros,
nas profundezas escuras da alma,
que se alimenta de incertezas,
vive de avarezas,
transforma todo o amor
em falsidade,
vive na lama da caridade.
Subjuga
e enferruja
a chave da lealdade
e assim procede,
impedindo o amor
de respirar liberdade.
Todo o amor
que não é correspondido,
não aceita ser traído,
nega-se a si próprio
o direito de ser honesto,
prefere viver dos restos
que sobraram no prato.
Se contenta com a incerteza,
prefere viver com a tristeza
de amar sem ser amado,
e não percebe que o amor
para ser vivido
em todo o seu esplendor,
não pode viver da dor,
nem pode ser dividido.
Tem que ser a soma
de dois corações apaixonados...

Débora Benvenuti

sábado, 16 de julho de 2011

Canção de Outono



Canção de Outono


A chuva fina se transforma em neblina
e os acordes de final de tarde
se apressam a tocar a melodia
do final do dia.
Os pingos da chuva desenham silhuetas
que se movem num vai-e-vem frenético
nos pára-brisas dos carros em movimento.
Não há intenção,
nem pretensão.
Casais que se encontram
e vivem um único encontro.
A canção de Outono se faz ouvir,
Doce, suave, no final da tarde.
Os acordes magistrais
ainda não soaram.
Ouve-se apenas o som melodioso
dessa terna espera.
Sons que se farão ouvir
quando for chegada a hora certa.


Débora Benvenuti

sábado, 9 de julho de 2011

Em busca do Amanhã



Em busca do Amanhã

   
Anoitece...
 quantos vezes anoitece
 e o amanhã, nunca amanhece...
 Vejo luzes tremeluzindo
 na escuridão da minha alma.
 Serão estrelas que vagueiam,
 perdidas no espaço
 ou será apenas
 a esperança,
 que me estende
 os seus braços?
 Percorro o estreito espaço
 que me separa da lucidez
 ou da loucura
 e fico a tua procura,
 sem saber se és de fato,
 tudo aquilo que eu desejo
 ou se és apenas a sombra
 do meu pensamento,
 que me atormenta
 e me deixa assim confusa.
 Vagueio lentamente,
 perdida entre sonhos e delírios
 e quanto mais eu penso,
 mais a dúvida me acompanha
 e traça figuras estranhas,
 nesse emaranhado
 de formas obscuras,
 onde nada é certo
 e tudo é só uma aventura.
 Queria ver o amanhecer,
 mas já é tão tarde,
 que julgo escurecer a luz difusa
 de um novo amanhecer
 e nas cinzas desse dia que nunca
 amanhece,
 vejo o teu vulto desaparecer.
 Sumir ao longe...
 depois de um novo anoitecer...


Débora Benvenuti