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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Vários Tons de Cinza

O Cinza amanheceu cinzento, mas de uma tonalidade tão marcante que até ele próprio se desconheceu. Olhou ao redor e percebeu que naquele momento, haviam vários tons de cinza, dos quais ele jamais havia visto. Havia cinza no amanhecer, mas não era um tom de cinza qualquer. Era uma tonalidade de cinza fumê, daquele tom que se obtém quando se usa o esfuminho para tonalizar um desenho. E havia cinza também nas janelas das casas. Mas estas cinzas foram deixadas ali pelo próprio tempo, que se encarregara de tornar aquele tom de cinza impossível de se reproduzir. E o Cinza se espalhava rapidamente, como se quisesse penetrar na alma das pessoas. Muitas vezes era isso mesmo que ele queria: tornar o interior das pessoas tão cinzento que até mesmo uma erva daninha ali não se reproduzia. Mas por que o Cinza queria tornar tudo cinza? Talvez nem ele mesmo soubesse. Não que se sentisse menos nobre por ser cinza. Haviam vários tons de cinza que eram nobres e ficavam muito bem em qualquer lugar. Mas era porque ele mesmo se sentia cinza. Por dentro e por fora. Se ao menos fosse cinza só por fora e por dentro houvesse uma luz interior que tornasse o Cinza em cinza prateado. Prateado? Mas por que não pensara nisso antes? O cinza prateado era uma cor perfeita! E pensando assim, o Cinza percebeu que poderia ser tudo o que ele quisesse ser. Poderia ter todas as tonalidades que quisesse e assim poderia mudar o pensamento das pessoas. Tudo o que fosse um cinza desbotado e sem vida, poderia renascer das cinzas e se tornar tão nobre quanto o próprio Cinza, depois de cada amanhecer. Bastava que seu coração fosse nobre, não importando o tom de cinza...


Débora Benvenuti

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Náufragos da Solidão





Somos náufragos perdidos
na ilha da Solidão.
Só não nos encontramos ainda,
por que a águas que inundam o teu coração,
te impedem de ver e sentir qualquer emoção.
Estás tão submerso,
que nada mais faz sentido.
Procuras em vão e nada encontras,
a não ser um vulto perdido na escuridão,
do que se tornou o teu coração.
Não existem trevas ao teu redor.
Tu a criastes num momento de extrema decepção
e fizestes deste momento uma eterna confusão.
São sentimentos que navegam
nas vagas revoltas do teu coração.
Porém tens a chave para decifrar o enigma
e reverter esta situação.
Deixe o amor entrar
e o sol do amanhecer irá penetrar
nas frestas do teu coração
e então poderás sentir
como é bom viver de novo
e sentir no rosto o soprar da brisa,
que empurra para longe
as nuvens da tua solidão.




Débora Benvenuti

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Em busca do Amanhã








Anoitece...

quantos vezes anoitece

e o amanhã, nunca amanhece...

Vejo luzes tremeluzindo

na escuridão da minha alma.

Serão estrelas que vagueiam,

perdidas no espaço

ou será apenas

a esperança,

que me estende os seus braços?

Percorro o estreito espaço

que me separa da lucidez ou da loucura

e fico a tua procura,

sem saber se és de fato,

tudo aquilo que eu desejo

ou se és apenas a sombra do meu pensamento,

que me atormenta

e me deixa assim confusa.

Vagueio lentamente,

perdida entre sonhos e delírios

e quanto mais eu penso,

mais a dúvida me acompanha

e traça figuras estranhas,

nesse emaranhado de formas obscuras,

onde nada é certo

e tudo é só uma aventura.

Queria ver o amanhecer,

mas já é tão tarde,

que julgo escurecer a luz difusa

de um novo amanhecer.

E nas cinzas desse dia que nunca amanhece,

vejo o teu vulto desaparecer e sumir ao longe,

depois de um novo anoitecer...


Débora Benvenuti

sábado, 13 de outubro de 2012

Sem Você



Sem Você




Sem você
eu não existo,
sou sempre triste.
Os dias são cinzentos
e as horas um tormento.
Sem você,
eu não tenho alegria.
Só a tua companhia
me tira dessa agonia.
Sem você,
o céu não tem estrelas,
a lua não ilumina
a noite que se aproxima.
Sem você,
a brisa não sopra
e o calor me sufoca.
Sem você,
não existe o alvorecer,
nem mesmo o dia
eu vejo amanhecer.
Sem você,
não encontro o caminho,
me sinto sozinha,
sem o teu carinho.
Sem você,
eu preciso aprender
a ficar só e esquecer.
Sem você,
eu não sei viver...


Débora Benvenuti

sábado, 13 de agosto de 2011

A Procura



A Procura

  
Procuras um amor
Que preencha este vazio
Esta lacuna fria
Que atormenta teu ser
Posso merecer sua atenção
Pegar na tua mão
Conduzi-la pelos caminhos
Que te levaram a mim

Poderei ser este felizardo
Receber este prêmio
Contigo neste ser lindo
Delicado e que desejo
Cada dia da minha existência

Sempre que preciso estais aqui
Amável e delicada
Amorosa e paciente
Sempre me inspira a falar de amor
Reclamas da solidão
Deste coração que vazio bate
Ecoa no teu quarto
Nas madrugadas escuras
Como vielas sombrias

Pudesse eu te tocar
Amar-te com paixão
Deitar-te sobre mim
Ouvir minhas súplicas
Sentir meu calor que se esvai
Um coração que ecoa no peito
Sempre em busca do teu
Mas que a distância impede-me
Segrega-me no meu quarto
Olhando o teu retrato

E imaginando o teu rosto
Me perco tantas noites
A pensar em tantas coisas
Que não admito, rejeito.
Mas o pensamento surge novamente
E eu perco o sono.
Então me levanto
E a solidão me acompanha.
São tantas noites insones
E tantas coisas estranhas.

Se pensar, não sonho,
Se sonhar, não penso.
E assim vou vivendo
Cada dia com mais desejo
De ver outro dia amanhecer
E os meus sonhos acontecer.


Dueto com o poeta Gerson
e Débora Benvenuti

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

AINDA É PRIMAVERA





Ainda é Primavera






O dia amanheceu

e eu nem sequer notei.

Passei a noite a divagar

sobre os sonhos meus.

Ainda é primavera

como tantas outras

que já vi chegar.

O aroma das flores

se espalha pelo ar

e eu sinto cada vez mais

o meu amor

por ti aumentar
.
Mas não ouço mais

os teus passos

a se aproximar.

Estarei eu novamente

a sonhar?

Enquanto for primavera

estarei a te esperar.

Não quero que o outono

me veja mais uma vez

num triste entardecer.

Não quero envelhecer

sem ver o dia amanhecer.

Quero sentir os teus braços

a me envolver,

num doce esmaecer.

Amar-te assim até morrer!




Débora Benvenuti






             

quarta-feira, 7 de julho de 2010

CANÇÃO DA DESPEDIDA



Canção de Despedida




Tão suave é a canção

que ouço meu coração a cantar.

Ninguém imagina o que ele possa

estar a lembrar...

São sensações esquecidas

que um outro alguém

um dia esteve a embalar...

E ele ouve as notas perdidas

que o vento se encarrega

de soprar.

A cada nota ouvida

faz esse coração aos poucos

se calar.

Quer ouvir a melodia

mas já não consegue

mais se enganar.

Será tão triste a despedida,

que nem mais a melodia

o vento seja capaz de carregar?

Só o silêncio assovia

e na distancia a melodia

do final do dia

termina com a rotina

que não mais quer calar.

Os sons se despedem

e os acordes finais

fazem as cordas vibrar,

num triste entardecer

de um amor

que não conheceu

O amanhecer...



Débora Benvenuti