segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O ACENDEDOR DE CORAÇÕES

O MEU PRIMEIRO LIVRO DE POEMAS ESTÁ SENDO EDITADO PELA
"CORPOS EDITORA" - PORTO - PORTUGAL.
EM BREVE ESTARÁ SENDO LANÇADO.
O livro contém poemas em que a forma de expressão
usada é a PROSOPOPÉIA
(ANIMAÇÃO DE SERES INANIMADOS)



O ACENDEDOR DE CORAÇÕES

 

 
Era uma noite gelada e fria,

em que o sereno da

madrugada caia.

O vento castigava a quem

não se abrigava da noite

que se prolongava,

como uma ave de rapina,

estendendo as suas garras,

até alcançar o raiar do dia.

Nessa noite o Amor

se compadeceu,

de todos aqueles

que não tinham um amor,

para chamar de seu.

Acendeu um candeeiro

e saiu na noite escura,

como um curandeiro,

procurando um coração,

que precisasse de um pouco

de paixão,

para dar vazão à emoção

que fazia eco em seu coração.

Andou por muito tempo

e foi acendendo todos os corações,

em que a chama da paixão,

o vento do tempo apagara.

Por onde andou,

só encontrou as cinzas

que a paixão deixara,

nesses corações que nunca mais

amaram e já haviam esquecido

o quanto o Amor os havia aquecido.

Acendeu tantos corações,

até que o fogo do seu candeeiro apagou

e com o vento como açoite,

voltou para o seu leito

e dormiu como nunca antes

havia feito,

nos lençóis amassados e desfeitos...





Débora Benvenuti



NOTA: Este poema é que deu origem
ao Título do Livro
Para ver outros poemas em prosopopéia
Acesse:


AUSÊNCIA DA SAUDADE




Ausência da Saudade





A tua ausência escorrega no tempo

e vai esconder-se nua em um canto.

Desfaz-se o enlace

que me manteve em teus braços.

Não sinto saudade.

Só o meu pensamento

percorre distraidamente

a tua imagem,

que se desfaz em minha mente.

Não penso,

Não consigo pensar.

Há uma nuvem encobrindo

os meus sentidos

e obstruindo

os meus sonhos,

que já envelhecidos

esqueceram de te lembrar.

Existe uma longa noite sem luar,

Somente sombras a projetar.

E vejo que a saudade

não está mais aqui.

E sem ela

não posso mais te imaginar.

Estás a morrer,

sem um gesto fazer

para que eu possa te lembrar.

Enfim,

Se a saudade chegar,

não mais estarei aqui

para lembrar,

que a tua ausência

há muito se desfez.

E nos meus sonhos

não vou mais te encontrar,

Se a saudade chegar!





Débora Benvenuti

sábado, 28 de agosto de 2010

O ANDARILHO




O Andarilho






Meu coração se despiu de todo o sentimento

E perambulou sem esperança,

Amarrado a um raio de luar.

Viajou nas entrelinhas dos meus versos

E se perdeu no universo.

Fez-se noite,

E o andarilho despido de todo o seu conforto,

Fingiu-se de morto

Para não ser reconhecido

Quando estivesse adormecido.

Sentiu o frio descendo em flocos

E em flocos seu coração se transformou.

Doía-lhe a alma ferida,

Ausência do ser mais querido

Transformado em desejos contidos.

Não queria se perder,

Mas ao amanhecer,

Sentiu que já não sentia mais dor.

Havia congelado o sonho,

Triste sonho de um andarilho

Que não sonhava mais com o amor.



Débora Benvenuti

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A MENTE




A Mente




  
A Mente mente

Ou mente

Somente a Mente.

Só a Mente mente

Ou a Mente mente

E engana a gente?

A gente mente,

Mente somente

E engana a Mente.

Se a Mente mente,

Mente somente.

Se a Mente

Só mente,

É uma Mente doente.

A Mente mente Naturalmente ou

Naturalmente a mente

Mente?

A minha Mente

Não mente.

Mente a sua Mente?

Mente somente

Ou só mente

A sua Mente?

Comente,

Somente com a Mente.

Se não for com a Mente,

Não comente!



Débora Benvenuti




domingo, 8 de agosto de 2010

PAI PARA SEMPRE






PAI PARA SEMPRE





A tua imagem, Pai, ficará para sempre

gravada na minha lembrança.

Quando penso em você

vêm-me à memória

as brincadeiras de criança.

A tua maneira simples

de nos ensinar,

sempre demonstrando afeto

amor e muita dedicação.

Você nunca usou palavras

e ninguém nunca sentiu falta delas.

Para que palavras,

se com um simples gesto,

com um olhar,

você dizia tudo,

sem precisar falar?

Os meus desejos

você sempre realizou.

Bastava eu sonhar

e lá ia você os meus sonhos realizar.

Eu também nunca soube te dizer

o quanto te amava.

E você se foi num dia triste

e nem de mim nem se despediu.

A última vez que te vi,

o som das tuas palavras

não se faziam ouvir.

Emudeceram e no silêncio

se perderam.

E foi em silêncio que eu

me despedi de ti.

Não houve despedidas.

Como poderia te dizer,

Que nunca mais iria te ver?





Débora Benvenuti

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O RACIOCÍNIO E A INTERPRETAÇÃO




O Raciocínio e a Interpretação







O Raciocínio procura fazer uma Análise

Crítica da Situação.

A Situação necessita de uma

Interpretação.

A Interpretação possui vários

Pontos de Vista.

Cada Ponto de Vista possui outro

Ângulo de Visão.

A Visão não é a mesma para cada

Situação.

Existem Situações em que o Raciocínio

explica com outra Versão,

que nem sempre é a Forma Correta

de resolver a Situação.

Surge a Crítica

E muda a Versão.

Está feita a Confusão.

A Confusão gera o Debate.

O Debate cria novas Versões.

Conclusão: Depende da Interpretação.



Débora Benvenuti

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

COMO DIZER...ADEUS!





Como dizer... Adeus!



O silêncio se fez ouvir.
Do outro lado do fio
a notícia que ninguém queria ouvir.
A voz calma,conformada
dizia que o adeus
era questão de dias.
Na luta contra o câncer
ela sofria, em agonia.
Como dizer adeus
a alguém que sofria,
dessa doença que aos pouco
a consumia?
E ela sabia
que a contagem regressiva
chegaria um dia.
Mas estava sozinha:
O marido há muito no mundo sumira,
mas existia a filha.
Sim...existia a filha!
Só que esta fingia
que nem a conhecia.
Partir seria somente
deixar de existir?
Como seria ver o dia nascer,
a noite chegar
sem saber se veria um novo
dia amanhecer?
Eu nem saberia o que dizer
para confortar essa mãe
que via os seus dias assim findar.


  Débora Benvenuti

sexta-feira, 30 de julho de 2010

MIGALHAS DE AMOR




Migalhas de Amor




Amor,

Sou todo seu.

Mas o que faço

Se estes sonhos

Não são meus?

Como posso sonhar

Um sonho que já foi sonhado?

Sinto-te só e amargurado,

a pensar no que poderíamos ter,

se pudéssemos nos ver.

O tempo já passou

e à nós só deixou

as migalhas de um amor

que só a nós dois importou.

Abro-te as janelas da minha alma

e vejo que nada mais restou.

Não se pode sonhar

nem tão pouco buscar,

aquilo que não nos pertence

e que estamos a procurar.

O sonho já não nos basta,

disto já estou farta.

Quero viver um amor imenso,

destes que nem o tempo

consegue apagar.

E vejo no teu olhar

o desejo não faltar.

Mas o que me impede de te abraçar

não é a distância

que nos está a separar,

mas o tempo que perdemos

antes de nos encontrar.

Este,

não mais podemos recuperar.

Só nos resta o desejo,

Essa chama acesa

que nunca vai se apagar.


Débora Benvenuti