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sábado, 28 de agosto de 2010

O ANDARILHO




O Andarilho






Meu coração se despiu de todo o sentimento

E perambulou sem esperança,

Amarrado a um raio de luar.

Viajou nas entrelinhas dos meus versos

E se perdeu no universo.

Fez-se noite,

E o andarilho despido de todo o seu conforto,

Fingiu-se de morto

Para não ser reconhecido

Quando estivesse adormecido.

Sentiu o frio descendo em flocos

E em flocos seu coração se transformou.

Doía-lhe a alma ferida,

Ausência do ser mais querido

Transformado em desejos contidos.

Não queria se perder,

Mas ao amanhecer,

Sentiu que já não sentia mais dor.

Havia congelado o sonho,

Triste sonho de um andarilho

Que não sonhava mais com o amor.



Débora Benvenuti