sábado, 28 de agosto de 2010

O ANDARILHO




O Andarilho






Meu coração se despiu de todo o sentimento

E perambulou sem esperança,

Amarrado a um raio de luar.

Viajou nas entrelinhas dos meus versos

E se perdeu no universo.

Fez-se noite,

E o andarilho despido de todo o seu conforto,

Fingiu-se de morto

Para não ser reconhecido

Quando estivesse adormecido.

Sentiu o frio descendo em flocos

E em flocos seu coração se transformou.

Doía-lhe a alma ferida,

Ausência do ser mais querido

Transformado em desejos contidos.

Não queria se perder,

Mas ao amanhecer,

Sentiu que já não sentia mais dor.

Havia congelado o sonho,

Triste sonho de um andarilho

Que não sonhava mais com o amor.



Débora Benvenuti

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A MENTE




A Mente




  
A Mente mente

Ou mente

Somente a Mente.

Só a Mente mente

Ou a Mente mente

E engana a gente?

A gente mente,

Mente somente

E engana a Mente.

Se a Mente mente,

Mente somente.

Se a Mente

Só mente,

É uma Mente doente.

A Mente mente Naturalmente ou

Naturalmente a mente

Mente?

A minha Mente

Não mente.

Mente a sua Mente?

Mente somente

Ou só mente

A sua Mente?

Comente,

Somente com a Mente.

Se não for com a Mente,

Não comente!



Débora Benvenuti




domingo, 8 de agosto de 2010

PAI PARA SEMPRE






PAI PARA SEMPRE





A tua imagem, Pai, ficará para sempre

gravada na minha lembrança.

Quando penso em você

vêm-me à memória

as brincadeiras de criança.

A tua maneira simples

de nos ensinar,

sempre demonstrando afeto

amor e muita dedicação.

Você nunca usou palavras

e ninguém nunca sentiu falta delas.

Para que palavras,

se com um simples gesto,

com um olhar,

você dizia tudo,

sem precisar falar?

Os meus desejos

você sempre realizou.

Bastava eu sonhar

e lá ia você os meus sonhos realizar.

Eu também nunca soube te dizer

o quanto te amava.

E você se foi num dia triste

e nem de mim nem se despediu.

A última vez que te vi,

o som das tuas palavras

não se faziam ouvir.

Emudeceram e no silêncio

se perderam.

E foi em silêncio que eu

me despedi de ti.

Não houve despedidas.

Como poderia te dizer,

Que nunca mais iria te ver?





Débora Benvenuti

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O RACIOCÍNIO E A INTERPRETAÇÃO




O Raciocínio e a Interpretação







O Raciocínio procura fazer uma Análise

Crítica da Situação.

A Situação necessita de uma

Interpretação.

A Interpretação possui vários

Pontos de Vista.

Cada Ponto de Vista possui outro

Ângulo de Visão.

A Visão não é a mesma para cada

Situação.

Existem Situações em que o Raciocínio

explica com outra Versão,

que nem sempre é a Forma Correta

de resolver a Situação.

Surge a Crítica

E muda a Versão.

Está feita a Confusão.

A Confusão gera o Debate.

O Debate cria novas Versões.

Conclusão: Depende da Interpretação.



Débora Benvenuti

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

COMO DIZER...ADEUS!





Como dizer... Adeus!



O silêncio se fez ouvir.
Do outro lado do fio
a notícia que ninguém queria ouvir.
A voz calma,conformada
dizia que o adeus
era questão de dias.
Na luta contra o câncer
ela sofria, em agonia.
Como dizer adeus
a alguém que sofria,
dessa doença que aos pouco
a consumia?
E ela sabia
que a contagem regressiva
chegaria um dia.
Mas estava sozinha:
O marido há muito no mundo sumira,
mas existia a filha.
Sim...existia a filha!
Só que esta fingia
que nem a conhecia.
Partir seria somente
deixar de existir?
Como seria ver o dia nascer,
a noite chegar
sem saber se veria um novo
dia amanhecer?
Eu nem saberia o que dizer
para confortar essa mãe
que via os seus dias assim findar.


  Débora Benvenuti

sexta-feira, 30 de julho de 2010

MIGALHAS DE AMOR




Migalhas de Amor




Amor,

Sou todo seu.

Mas o que faço

Se estes sonhos

Não são meus?

Como posso sonhar

Um sonho que já foi sonhado?

Sinto-te só e amargurado,

a pensar no que poderíamos ter,

se pudéssemos nos ver.

O tempo já passou

e à nós só deixou

as migalhas de um amor

que só a nós dois importou.

Abro-te as janelas da minha alma

e vejo que nada mais restou.

Não se pode sonhar

nem tão pouco buscar,

aquilo que não nos pertence

e que estamos a procurar.

O sonho já não nos basta,

disto já estou farta.

Quero viver um amor imenso,

destes que nem o tempo

consegue apagar.

E vejo no teu olhar

o desejo não faltar.

Mas o que me impede de te abraçar

não é a distância

que nos está a separar,

mas o tempo que perdemos

antes de nos encontrar.

Este,

não mais podemos recuperar.

Só nos resta o desejo,

Essa chama acesa

que nunca vai se apagar.


Débora Benvenuti

quinta-feira, 29 de julho de 2010

PAIXÃO OU AMOR?






PAIXÃO OU AMOR?



 

Explode Coração!



Digas-me quem tinha razão:



Essa estranha Paixão



Que bebe do próprio fel,



Em taças borbulhantes,



De cor âmbar,



Como se fosse mel,



Ou o Amor mais sereno



E verdadeiro,



Como a brasa alimentada



Pelo vento,



Que sopra distraidamente,



Mas continua acesa além do tempo?



Paixão ou Amor?



A Paixão só causa dissabor



E o Amor só nos causa dor.



A Paixão é cega,



O Amor finge que não enxerga,



Mas os dois são sentimentos



Que nos mantêm por muito tempo!



 


Débora Benvenuti