domingo, 17 de outubro de 2010

AMOR PROIBIDO



Amor Proibido



Quem disse que amar é viver no paraíso,
está muito enganado.
Amar é viver um sonho proibido.
É esperar que o dia amanheça
e nem sempre ter ao nosso lado
quem se deseja...
É fogo que não queima,
Brasa que nunca apaga.
É vendaval de paixões
e algumas desilusões.
É querer ter sempre perto
e viver num deserto.
É desejo mal contido
explodindo em nosso peito.
É querer um abraço,
estender os braços
e abraçar o desconhecido.
É o hoje somente.
O amanhã que chora lágrimas
de ausência
é o passado que nunca se fez presente!


Débora Benvenuti

sábado, 16 de outubro de 2010

SONHOS DE OUTONO

 



Sonhos de Outono

 

Durante muito tempo eu andei
procurando por você e não encontrei.
Caminhando pelo bosque,
à sombra de um pé de plátano eu avistei
algumas folhas secas,
que os últimos raios de sol aqueciam
e me deitei,
naquela aconchegante e macia cama
de folhas secas e vazias.
Ouvindo o farfalhar das folhas,
sopradas pela brisa da noite,
eu presenciei,
as primeiras estrelas no céu a piscar,
num inebriante cintilar,
que me fizeram dormir e sonhar.
Era um sonho tão real
que pensei que não fosse mais acordar.
Nele você me dizia,
que ao meu encontro você viria,
e que nós dois estaríamos para sempre juntos,
e eu então diria que o meu amor
por você ainda existia.


Débora Benvenuti

QUANDO OS SONHOS ADORMECEM


Quando os Sonhos Adormecem



Quando eu era bem pequena,
Sonhava ser Arquiteta,
Arquitetava vários sonhos
e os sonhava realizar.
Sonhava em construir uma casa
e eu mesma decorar.
Esses eram sonhos
que eu vivia a sonhar
e para isso fui estudar.
Não fui ser Arquiteta,
Mas em Decoração fui me formar.
Na escola da vida,
meus estudos resolvi protelar,
porque aos meus filhos
decidi me dedicar.
Passaram-se anos, muitos anos
e aquele antigo sonho fui encontrar,
escondido num cantinho,
que nunca mais fui visitar.
Encontrei o sonho ainda encoberto,
pela  poeira que lá foi se acumular.
Decidi que era hora desse sonho realizar.
Fui com a minha filha fazer o tal vestibular
para a universidade poder freqüentar.
Ela foi fazer jornalismo e eu,
a  tão sonhada Arquitetura ,
aquele sonho antigo,
 que eu vivia a arquitetar
e que não queria se aquietar.
Somos hoje duas acadêmicas.
Mas faculdade particular ?
É um sonho muito caro
que não vou poder pagar...
Todo sonho tem um preço
e o meu vai ficar adormecido,
num cantinho escondido,
Até outra vez poder sonhar...


Débora Benvenuti


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O MALABARISTA






O Malabarista


O malabarista se equilibra
na corda bamba da vida.
Ri da própria desgraça,
feito um palhaço sem graça.
Lá no alto,
olha o mundo a sua volta.
Pensa, medita, acredita.
Em seus próprios sonhos
não encontra a saída.
As luzem se apagam
e os aplausos acabam.
No palco da vida
a estréia é uma comédia,
começa com risos e termina
em tragédia.
Não há mais a quem iludir
e o malabarista se torna
um eterno aprendiz,
de tudo aquilo
que um dia não quis.
Começar do princípio,
as suas condições não condiz.
E o que era para ser,
deixou de acontecer,
por culpa de um malabarista
que na corda bamba,
se deixou adormecer.


Débora Benvenuti









O CÍRCULO



O Círculo




Sentimentos incoerentes,
Sensações inconseqüentes.
São estes sentimentos
que invadem a alma da gente.
O círculo se fecha
e roda intermitente.
Depois de estar lá dentro,
ninguém mais sai nem entra.
O sentimento sofre com o desgaste,
tudo muda de repente.
E o que era belo
se torna um sofrimento.
Ninguém mais sai nem entra
e o círculo gira intermitente...
Quando pára,
é só por um momento.
Mas estamos tão obcecados
que é difícil sair de dentro.
Espiamos para fora,
mas o medo nos apavora.
Será que teremos tempo
de girar o círculo novamente?
Experimentar novos sentimentos
e entrar em outro círculo,
Com uma pessoa diferente?
A sorte está lançada
e o círculo gira indiferente...
Quem está dentro quer sair,
quem está fora quer entrar.
Você sai ou entra?



Débora Benvenuti

domingo, 10 de outubro de 2010

COMO PÉTALAS AO VENTO



Como Pétalas ao Vento



Sinto o perfume no ar,
como pétalas ao vento
dançando sem parar.
É o meu pensamento
que dança
suspenso no ar,
a melodia de amor
que não quer calar.
Vejo o teu rosto
com um sorriso solto.
Abraço os meus braços
e enlaço os meus sonhos.
Desfaço os laços
e acordo em teus braços.


Débora Benvenuti

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

PerdidaMENTE




PerdidaMENTE



Vestígios,
Nada mais que vestígios,
de uma alucinada mente
que vacila, mente,
Ama...perdidaMENTE.
E assim,
quando a noite cai,
e o sono se esvai,
 a mente vacila
entre sonhos entorpecidos
de uma mente
que perdidaMENTE, mente.
Já não sinto mais
o calor das chamas
que aqueceram-me outrora.
Somente cinzas,
a desfazer-se das horas.
E neste momento,
a minha alma chora.
Chora a ausência do amor.
Amor que não sinto mais agora.
Quero sentir meu corpo vibrar,
ouvir o sino repicar
e o amor em amor transformar.
Mas nada acontece.
Sinto apenas que o meu coração
adormece.
Minha alma tateia no escuro,
vagueia entre sombras nebulosas.
Enrola-se no manto da noite
e desaparece de forma misteriosa.


Débora Benvenuti

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PORTO SEGURO





PORTO SEGURO


 



Como uma casquinha de noz,
meu coração navega sem rumo.
Há muito perdeu o prumo
pelos mares do mundo.
Navego em mares profundos,
cheio de medos e inquietudes.
As ondas rebentam nos rochedos
do meu coração insano.
O medo aumenta e me envolve
com suas asas negras.
Com suas garras
 me arrasta para
um negro mundo.
Cada vez mais,
a casquinha de noz
se distancia do seu porto seguro.
Balança sobre as ondas
do meu pensamento.
O céu escurece
e nuvens densas
formam figuras estranhas.
Não há mais céu, nem mar.
Tudo parece desaparecer
num mar violento,
escuro e cinzento.
Procuro emergir
 desse mar turbulento,
mas quanto mais me agito,
percebo que estou só e grito.
Acordo e percebo
que estou em um porto seguro:
Nos teus braços me acomodo
e durmo um sono profundo.



Débora Benvenuti

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O FANTASMA DA SOLIDÃO










O Fantasma da Solidão

O fantasma da solidão
assola o meu coração.
Quando a noite cai,
 eu me sinto só,
na escuridão.
Observo as folhas das árvores
fazendo sombras na janela
e a lua lá fora,
ainda bela,
me lembra quantas noites
eu fiquei a tua espera.
O espectro da noite
lança sombras na parede.
Imagens gigantescas se formam,
como se fossem grandes braços a envolver-me.
Escondo-me embaixo dos lençóis,
esperando que a sombra vá embora.
Mas por mais esforço que eu faça,
percebo que tudo é em vão.
A sombra vem e me abraça,
com tanta força,
que eu não consigo me desvencilhar desse abraço,
 que me sufoca e me mata.
Sinto as forças se esvaindo lentamente.
O suor a escorrer-me pelo corpo.
Agonizo.
Me debato inutilmente
e desfaleço nos teus braços...
Solidão.



Débora Benvenuti

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

SE ALGUÉM TE PERGUNTAR





Se alguém te perguntar





Esperei o tempo passar na janela,
a chuva a escorrer na vidraça,
os sonhos virarem fumaça,
e o coração, que desgraça,
viveu iludido e sem graça.
Se alguém te perguntar
por que estive a te esperar,
responda apenas
que foi porque
nunca soubestes me amar.
Dos sonhos abdicastes,
nenhum deles me dedicastes.
E eu fiquei na esperança
de que ainda me amasses.
Mas o amor,
esse amor que tu conhecestes
e que tão pouco merecestes,
continua incrustado no meu ser,
como o pó adere ao corpo,
após mais um anoitecer.
E depois de toda essa espera,
vejo o dia amanhecer.
Um raio de sol vem me aquecer,
e a esperança...
Ah, a esperança
Essa sim, nunca vai desaparecer,
Nem eu nunca vou te esquecer!


Débora Benvenuti