domingo, 28 de outubro de 2012

Muralha Invisível





Muralha Invisível 




Meus passos apressados

se perdem na bruma do passado.

Tudo o que eu havia pensado

hoje não tem mais nenhum significado.

Percorro as ruelas estreitas

do tempo e me vejo perdida

num emaranhado de laços,

treliças de momentos

adornados de tormentos.

Tento desvencilhar-me,

desfazer os laços,

caminhar sobre os meus próprios passos.


Mas vejo que por mais que o faça,

continuo presa numa muralha invisível,

que me prende os braços.

Te vejo do outro lado

a acenar-me,

com os olhos marejados

de lágrimas.

São lágrimas que escorrem

na tua face,

misto de desejo e renúncia

de um amor que nunca poderá

se tornar realidade.


Débora Benvenuti

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