quarta-feira, 2 de julho de 2014

Estrada sem fim



É uma longa estrada
Pela qual caminho há tanto tempo.
Não sei ao certo o que procuro,
Só sinto que o cansaço me tortura.
É uma estrada sem fim,
Onde o começo eu desconheço,
E mesmo assim, insisto em prosseguir.
Sei que em algum lugar alguém me espera,
Mas eu já não sei aonde ir.
Há sempre dois caminhos,
Mas qual deles escolher...?
Se por um caminho eu prosseguir
E por ele não poder mais voltar,
Que direi ao destino
Quando ele me encontrar?
Se a escolha foi minha,
Do que estou a me questionar?
E se tivesse escolhido outro caminho,
Teria desistido de procurar?
O que existe ao final da estrada,
Se a estrada for só um caminho?




Débora Benvenuti

terça-feira, 24 de junho de 2014

Folhas ao vento




Direi ao vento a todo o momento,
as palavras de amor que nunca falei
e talvez você, onde estiver,
as possas ouvir de uma outra mulher...
Então saberás,
que essas mesmas palavras
jogadas ao vento
é um triste lamento
que se perderam no tempo do meu pensamento.
São palavras sussurradas com tanta emoção
que ainda fazem eco no meu coração.
E tu as dissestes com convicção,
e isso me faz pensar como é triste a solidão,
de quem acreditou nessa suave canção
que embala os meus sonhos,
quando adormeço,
com a tua imagem no meu coração.



Débora Benvenuti

sábado, 14 de junho de 2014

Sem tempo para dizer... Adeus!



Naquela noite em que nos conhecemos,
Havia uma aura de magia no ar.
Eu não te conhecia,
Mas já sabia o que para mim você seria.
Assim que te vi chegar,
Alguma coisa aconteceu
E sem mais pensar
Você comigo veio falar.
Era como se já nos conhecêssemos
Há muitos anos e naquele momento
Em ti comecei a confiar.
Convidastes-me para dançar e em amor
Naquele instante começamos a falar.
Depois disso,
Nossos destinos se uniram
E dissemos sim,
Para uma nova vida começar.
No princípio, o amor era imenso,
Mas com o tempo,
O desgaste foi eminente.
A tristeza invadiu meu coração
E transformou aquele amor
Em um triste adeus para nunca mais voltar.
E separados ficamos por longos anos,
Tendo apenas os filhos em quem pensar.
Depois disso, o silêncio.
Você partiu sozinho como sempre viveu.
Quem dizia que te amava,
Naquele momento, desapareceu.
Éramos novamente você e eu.
Não havia mais música para dançar.
A noite toda eu fiquei a te velar,
Para que o teu corpo inerte,
Pudesse descansar.
Eu cheguei sem tempo
Para dizer... Adeus!



Débora Benvenuti

terça-feira, 3 de junho de 2014

A casa da árvore



Existe uma casa pequenina
no sopé de uma colina
onde se esconde um menino
quando quer ficar sozinho.
Fica em cima de uma árvore
e só entra lá quem por ele for convidado.
É que a casinha é pequenina,
mas seus sonhos são enormes,
por isso o pobre menino
sonha sonhos todo o dia.
Já estudou,
fez faculdade,
é um homem letrado,
fala várias línguas
e é muito disputado,
no mercado em que trabalha.
Entre as mulheres que o conhecem,
poucas são as que merecem
entrar na casinha pequenina.
É que ali só pode entrar
quem o conhece de verdade
e por mais que ele disfarce,
teve amores e dissabores.
Em alguns momentos,
é tão carente
e fala tão docemente
que às vezes penso
termos vivido
em outras vidas
um sonho parecido,
ou será só ilusão,
essa sensação que me despertas,
quando falamos juntos as mesmas coisas,
que sabemos terem sido ditas
em outra ocasião que não esta?



Débora Benvenuti


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Des-ilusões



1.- Já acreditei no amor e só tive dissabor,
     Por acreditar em alguém que não soube me dar valor;
2.- Sonhei que ser feliz fosse um sonho colorido,
     Mas percebi que nem todo o sonho tem as cores do arco-íris;
3.- Esperei por você uma noite inteira,
     Amanheceu e percebi que nunca serias meu por inteiro;
4.- Nem sempre me falastes a verdade,
     Tudo o que dissestes foi só falsidade;
5.- Desejei ser tua eterna namorada,
      E sonhar com isso me deixou apaixonada,
     Mas você preferiu partir quando ainda era madrugada;
6.- Estive a tua espera e isso se durou uma eternidade,
     Ma você sempre me deixou sem me dizer nada;
7.- Dizias que me amavas e eu sepre acreditava,
     Mas descobri que com outras, de amor tu falavas;
8.- Só me procuras quando estás só,
     Por isso não tenho mais tempo de brincar com sentimentos;
9.- Se voltares a me encontrar,
     Lembre-se que já me dissestes as mesmas coisas, muitas vezes.
     Se eu não acreditar, deixes de me procurar;
10.- Pensei que o amor fosse um sentimento verdadeiro,
     Mas você nunca se doou por inteiro.



Débora Benvenuti

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Quantas Vezes...





Quantas vezes eu disse,
eu jamais faria isso
e me vi fazendo exatamente
o que disse que não faria...
Quantas vezes eu olhei para o lado
e vi um amigo necessitado,
mas segui em frente,
julgando que ele mesmo poderia se ajudar,
se assim o quisesse realmente...
Quantas vezes eu julguei amar
e disse isso à pessoa errada
e depois não soube desfazer o erro
e continuei sem fazer nada...
Quantas vezes eu fiz as coisas erradas
e não tive coragem para desfazer...
Quantas vezes eu me julguei perfeita
e não olhei os erros que cometi,
só analisei os erros da pessoa amada...
Quantas vezes eu fui injusta,
e não voltei atrás porque o orgulho
era mais forte do que a razão...
Quantas vezes eu enganei a mim mesma
e permaneci no erro,
por não aceitar que me mostrassem
que estava errada...
Quantas vezes eu disse nunca mais
e voltei a cometer os mesmos erros...
Quantas vezes...eu nem sei mais,
vou continuar e não ser capaz
de dizer ...Eu vou mudar...
Mas hoje eu quero te dizer,
que se errei ao te julgar,
esse erro...Não cometo mais!


Débora Benvenuti

terça-feira, 20 de maio de 2014

O que ouves Agora?



Ouves o crepitar das chamas na lareira?
- É o meu coração que te chama
e como a chama, a noite clareia.
Ouves o silvo do vento lá fora?
- É a minha voz que te implora,
vens me amar, estou aqui agora.
Ouves o barulho do mar?
- Sou eu a te chamar,
mesmo não podendo te amar.
Ouves os sons do silêncio?
- É a minha alma que vagueia,
em noite de lua cheia!
Ouves o riso de uma criança inocente?
- São os ecos da minha saudade
que ouves ao cair da tarde...
Ouves uma música ao longe?
- É o som do meu silêncio,
que já não te responde.
E o que ouves agora...?
- Somente um coração que chora,
mas que jamais implora,
por um amor que foi embora...


Débora Benvenuti

domingo, 18 de maio de 2014

A Inspiração



A inspiração me acompanha
desde os tempos de menina.
Quando minha mãe saia
eu resolvia trocar os móveis
e os quadros de lugar.
Uma vez até apanhei
com uma varinha de marmelo,
para parar de fazer arte
e pregar pregos nas paredes.
Nada adiantou,
porque depois fui estudar
e uma faculdade fui cursar.
A decoração foi a que mais me chamou a atenção
e não me impediu de continuar a fazer
as mesmas coisa que fazia,
só que agora com muito mais sabedoria
e para isso,
a tal inspiração dos meus tempos de menina,
continua me incentivando a criar sonhos
e colorir todas as minhas fantasias...


Débora Benvenuti

sábado, 17 de maio de 2014

Folhas Amareladas



Hoje encontrei o teu nome escrito
nas folhas amareladas do meu passado
e percebi que algumas folhas foram rasgadas,
outras enroladas e tão bem guardadas
que ficaram mofadas,
amarradas com fita engomada,
escondidas atrás do armário.
Mas ainda guardo na memória
os belos cenários que vivenciaram
aquelas belas tarde outonais,
quando os raios de sol se infiltravam
por entre as folhas amareladas,
que caiam formando um tapete dourado
à luz difusa do entardecer,
e nos encontrávamos emocionados
ao final de cada tarde,
de tantas tardes que não voltam mais.
De repente ficou tarde.
Escureceu.
Amanheceu.
Você nem percebeu.
O tempo passou.
Você me esqueceu...
A luz do sol não apareceu,
e o meu coração
nunca mais se aqueceu...



Débora Benvenuti

sexta-feira, 16 de maio de 2014

A Carta






Esta é a carta que você nunca recebeu,
a mensagem que nunca leu,
a lembrança de um passado que vivemos juntos,
Você e Eu.
Nela eu enviava todos os sonhos meus
e queria realizá-los  juntamente com os teus.
Meu coração amargurado,sobreviveu,
mas nunca te esqueceu.
Te esperei a cada cair da tarde,
até a madrugada,
e com o passar dos anos,
a tua imagem foi ficando desbotada
e os meus sonhos todos apagados.
Sei que voltas a cada cinco anos,
mas quando voltares novamente,
terão se passado trinta anos
e você talvez nem lembres mais
o quanto nos amamos,
quantas vezes nos encontramos no bar da faculdade.
Nos intervalos de cada aula,
o encontro tão esperado.
Meu coração batia tão depressa,
que tinha medo que você pudesse ouvi-lo,
batendo descompassado.
Depois a despedida,
e o Adeus mais uma vez adiado.
Um encontro às escondidas,
fingindo que nada havia acabado.
Hoje somos apenas lembranças
de um passado quase apagado,
que só ficou guardado
no meu coração amargurado.

Débora Benvenuti