terça-feira, 11 de maio de 2010

UM BONDE CHAMADO SAUDADE



Um Bonde chamado Saudade


Por curvas sinuosas,

transitei cautelosa,

a procura de um amor,

que um dia foi embora.

Por onde esse bonde passa,

a neblina da fumaça,

se confunde em minha mente

transformando o tudo em nada.

E é nas horas vazias,

quando tudo se faz silêncio,

que escuto o chiar do vento,

me chamando tristemente.

E assim ,como um lamento,

vou relembrando dos momentos

em que juntos nos amávamos,

sem pensar em quase nada,

como dois adolescentes,

descobrindo sentimentos.

Hoje já não sei o que sinto,

quando lembro desse tempo,

só sei que é muito antigo

esse sentimento que alimento.

E por ficar assim perdido,

na teia do tempo esquecido,

prefiro lembrar tua ausência

como alguém que muito amei

e que me foi muito querido.


Débora Benvenuti

domingo, 9 de maio de 2010

NOITE SEM FIM


Noite sem Fim



Esta noite não terá fim,

se eu não tiver você

perto de mim.

Vou esperar a primeira estrela

no céu cintilar

e com o manto da noite

vou me cobrir,

se você não chegar.

Há um enorme vazio

preenchendo o meu coração

e um fio de esperança

rasgando a escuridão.

Noite escura,

Fria,

Nebulosa,

Enganosa.

Noite de amantes sussurrantes.

Noite de espera sem fim.

Será esse o fim da minha espera?



Débora Benvenuti

NÁUFRAGOS DA SOLIDÃO




Náufragos da Solidão


 
Somos náufragos perdidos

na ilha da solidão.

Só não nos encontramos ainda

por que as águas que inundam

o teu coração,

te impedem de ver

e sentir qualquer emoção.

Estás tão submerso,

que nada mais faz sentido.

Procuras em vão

e nada encontras,

a não ser um vulto perdido

na escuridão,

do que se tornou o teu coração.

Não existem trevas ao teu redor,

tu a criastes num momento

de extrema decepção

e fizestes deste momento

uma eterna confusão.

São sentimentos que navegam

ocultos nas vagas revoltas

do teu coração.

Porém tens a chave para decifrar

o enigma e reverter esta situação.

Deixe o amor entrar

e o sol do amanhecer irá penetrar

nas arestas do teu coração

e então poderás sentir

como é bom viver de novo

e sentir no rosto o soprar da brisa,

que empurra para longe

as nuvens da tua solidão.



Débora Benvenuti

sábado, 8 de maio de 2010

MEU PRIMEIRO AMOR


Meu primeiro Amor



Se você me pudesse ouvir,

eu te diria que fostes

o meu Primeiro Amor!

Não esqueceria de te contar,

cada momento de espera,

só para te ver passar,

escondida muitas vezes,

atrás das cortinas

do meu quarto de dormir.

Mas o tempo passou,

e você nem se formou,

nos sonhos que acreditou,

nenhum deles realizou.

Um dia alguém me disse,

que às drogas você se entregou.

Mesmo estudando medicina,

esse sonho acabou

transformando aquele menino lindo

num dependente químico,

que o tempo não perdoou.

Se você me pudesse ouvir,

Eu te diria que fostes

O meu Primeiro Amor.

Mas no lugar em que te encontras,

nunca mais poderás ouvir,

nem pronunciar

nenhuma palavra de Amor.

Só o silêncio ao teu redor,

será capaz de traduzir

esse lamento que persiste,

em cada verso triste,

quando soube que partistes,

nessa longa viagem triste,

sem retorno,

Meu primeiro Amor!

 
Débora Benvenuti



quinta-feira, 6 de maio de 2010

DA COR DO PECADO




Da Cor do pecado

 

Sinto o teu perfume

De cravo e canela

O corpo suado

Tem a cor do pecado.

Teu dorso delgado

Parece esculpido

Na forma de Adônis

Meu doce cupido.

Teu abraço me envolve

E tua boca sussurra

Palavras de amor

Que ouço surpresa

Como se estivesse

Completamente indefesa.



Débora Benvenuti

quarta-feira, 5 de maio de 2010

AS DUAS PORTAS





As Duas Portas



Sigo por uma estrada

quase sempre sozinha,

e por mais que eu caminhe,

meus passos cansados

da longa jornada,

tropeçam exaustos

nas pedras do caminho.

Percebo ainda que tenho

muito que andar,

nesta longa jornada

não posso parar.

Se juntasse as pedras

que encontrei nesta estrada,

na certa daria para

uma cabana construir,

e nela meu corpo cansado

poderia dormir.

E sempre que durmo,

acordo assustada,

e que o caminho

não é mais uma estrada.

Ao longe percebo

que há duas entradas

e a escolha fica mais complicada:

- Qual destas portas eu devo abrir?

E se depois de aberta,

se eu devo seguir.

Então fico na dúvida,

se não é a outra porta

que eu devo abrir.

Enquanto hesito...desisto.

E as duas portas trancadas

Eu deixo de abrir...

 

Débora Benvenuti

E SE NÃO FOR AMOR...?





E se não for Amor...?
 


Sinto a magia do momento,

doce envolvimento,

em que nos deixamos levar

por esse sentimento inebriante,

que embaça e confunde nossas mentes.

Não existe nada tão confuso

e tão delirante,

quanto estes instantes em que

nos transportamos para um mundo

em que nada existe

e tudo o que ainda resiste,

são os nossos desejos,

cada vez mais ardentes e exigentes .

Lá fora existe vida,

só não sabemos agora,

se fizemos parte nessa hora,

do amanhã que nasce com a aurora,

que dispersa as nuvens

e nos deixa à mercê da própria sorte.

E se não for Amor...?

Pergunto-me agora.

Que farei desse sentimento,

que se confunde em meu peito

e me deixa assim sem reação?

O que pode existir em meu coração,

para que eu viva essa emoção

e não saiba o que fazer,

depois de todas essas sensações?

E se não for Amor...

será paixão?

E se for paixão...

terei perdido a razão...?


 

Débora Benvenuti

terça-feira, 4 de maio de 2010

EM ALGUM LUGAR


Em algum Lugar

Sei que estás em algum lugar

e mesmo que eu não possa contigo estar,

neste momento estou a pensar,

no quanto seria bom,

se eu pudesse te encontrar.

Fizemos planos e sonhamos

com tantas coisas

que ainda não realizamos,

mas sentimos que em algum lugar

já nos encontramos

e precisamos nos encontrar novamente

para reviver o que juntos

já vivemos.

Essa é a sensação que temos,

cada vez que nos falamos,

mesmo você estando

do outro lado do oceano.

Em algum momento,

nossas mãos se tocaram,

nossos corações se amaram

e nossos olhares se encontraram.

Enquanto isso não acontece,

meu coração padece

e não esquece

que é preciso te encontrar,

por que somente assim,

saberemos decifrar,

esse enigma que existe

e que nos faz sonhar.



Débora Benvenuti

segunda-feira, 3 de maio de 2010

CHUVA DE ILUSÃO



Chuva de Ilusão

 

Caminho...

Meus passos

me conduzem a lugar nenhum.

Quero deixar de pensar

e caminhar até te encontrar.

Sinto o cair da noite

e a brisa que sopra

me faz sonhar.

Em algum lugar você deve estar

a me esperar.

Sinto no meu rosto

uma lágrima a rolar.

Meus olhos ficam embaçados,

não quero chorar.

São os pingos da chuva

que estão no meu rosto

a molhar.

Mas por que penso na chuva,

sempre que estou a chorar...?

Chuva de ilusão,

estarei eu a sonhar?

Não quero que me vejas

tão indefesa.

Quero que estejas

de braços abertos,

me abrace,me aperte,

me faças mulher.

É só isso que eu quero,

mas sejas sincero,

nessa chuva de ilusão,

quero conquistar seu coração.



Débora Benvenuti