sábado, 16 de julho de 2011

Canção de Outono



Canção de Outono


A chuva fina se transforma em neblina
e os acordes de final de tarde
se apressam a tocar a melodia
do final do dia.
Os pingos da chuva desenham silhuetas
que se movem num vai-e-vem frenético
nos pára-brisas dos carros em movimento.
Não há intenção,
nem pretensão.
Casais que se encontram
e vivem um único encontro.
A canção de Outono se faz ouvir,
Doce, suave, no final da tarde.
Os acordes magistrais
ainda não soaram.
Ouve-se apenas o som melodioso
dessa terna espera.
Sons que se farão ouvir
quando for chegada a hora certa.


Débora Benvenuti

sábado, 9 de julho de 2011

Em busca do Amanhã



Em busca do Amanhã

   
Anoitece...
 quantos vezes anoitece
 e o amanhã, nunca amanhece...
 Vejo luzes tremeluzindo
 na escuridão da minha alma.
 Serão estrelas que vagueiam,
 perdidas no espaço
 ou será apenas
 a esperança,
 que me estende
 os seus braços?
 Percorro o estreito espaço
 que me separa da lucidez
 ou da loucura
 e fico a tua procura,
 sem saber se és de fato,
 tudo aquilo que eu desejo
 ou se és apenas a sombra
 do meu pensamento,
 que me atormenta
 e me deixa assim confusa.
 Vagueio lentamente,
 perdida entre sonhos e delírios
 e quanto mais eu penso,
 mais a dúvida me acompanha
 e traça figuras estranhas,
 nesse emaranhado
 de formas obscuras,
 onde nada é certo
 e tudo é só uma aventura.
 Queria ver o amanhecer,
 mas já é tão tarde,
 que julgo escurecer a luz difusa
 de um novo amanhecer
 e nas cinzas desse dia que nunca
 amanhece,
 vejo o teu vulto desaparecer.
 Sumir ao longe...
 depois de um novo anoitecer...


Débora Benvenuti

Estarei Contigo


Estarei Contigo


Quando a tarde cair lentamente
e os raios de sol declinarem no horizonte,
Eu estarei contigo neste instante.
Veremos a noite nos cobrir
com o seu manto
e a delicada brisa a soprar
melodias cheias de poesia e encanto.
E não serei mais apenas virtual,
alguém que conhecestes um dia
numa página de encontros casuais.
Apesar do tempo ter passado lentamente,
continuamos a alimentar esse amor,
que não consegue mais sair de nossas mentes.
Eu estarei contigo,
como tantas vezes desejamos e sonhamos.
Construímos esse momento tantas vezes,
que mal posso esperar que aconteça.
Faço planos,
conto os dias ansiosamente
e te desejo ainda mais,
pois nunca saístes do meu pensamento.
E quando esse dia chegar,
Eu estarei junto a ti.
Então nossos sonhos irão se realizar
e iremos nos amar,
Sem esse oceano a nos separar...


Débora Benvenuti

Ode ao Amor


Ode ao Amor

Amo o amor de qualquer jeito,
do jeito que ele vier.
Não importa se tem defeitos,
Amo-te do meu jeito.

O amor que te dedico
não tem portão nem endereço.
Existe no meu coração
em forma de oração.

E todo o dia eu te ofereço
O meu amor em versos,
Sem muitos adereços,
És todo o meu universo.

Amo o amor
E sem ele eu não existo.
Se de amor também vives,
Deixa-me te amar...Eu não resisto!


Débora Benvenuti

domingo, 3 de julho de 2011

Antes que o dia Amanheça



Antes que o dia Amanheça



Antes que o dia amanheça,
Ama-me mais uma vez.
Não deixe que eu perceba
que faz frio lá fora.
Esse frio que  congela
os sentimentos
e os transforma em blocos
invisíveis de saudade.
Antes que o dia amanheça,
Ama-me mais uma vez.
Abraça-me com ternura,
Como se eu fosse única.
Diz-me palavras carinhosas,
Como as que me dizias,
Quando eu ainda não te conhecia.
Antes que o dia amanheça,
Ama-me mais uma vez,
Enquanto a lucidez
Faz o dia amanhecer,
E depois disto,
Nada mais acontecer.


Débora Benvenuti

Amores Impossíveis



Amores Impossíveis



Amores impossíveis
só não são possíveis
se não for amor.
É impossível amar
e pensar que não é possível.
Tudo é possível
quando se quer amar.
E basta amar,
para que o amor seja possível.
O amor pode desejar o impossível,
enquanto é possível.
Mas desde que seja possível,
não existe amor impossível.
Todo o amor que julga
ser impossível,
será impossível na medida
que não for amor!


Débora Benvenuti

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ama-me


Ama-me


Ama-me com ternura,
como se eu fosse única!
Ama-me suavemente,
como a noite,
que estende os braços
e docemente me abraça.
Faça-me tua,
todas as noites,
mesmo que seja só em sonho,
porque em sonho
eu me transponho
aos teus braços
e neles esqueço
esse oceano que nos separa.
Ama-me com desenvoltura
como se fossemos uma só criatura.
Beija-me com desejo,
faça-me esquecer os meus medos.
Sejas o meu amor,
ainda que em segredo.
Rompe o meu silêncio,
nunca a minha esperança.
Faça-me tua,
no amanhã que nos espera.


Débora Benvenuti

terça-feira, 21 de junho de 2011

O Manto da Incerteza


O Manto da Incerteza


Sou pássaro liberto.
Alço o vôo e me despeço
de tudo que não seja
parte do meu universo.
Minha alma flutua
nos céus do meu pensamento.
Em cada verso,
o reverso da minha
Alma inquieta.
A folha alva
flutua no espaço,
em busca das palavras
para comporem os meus versos.
As letras se misturam,
como quem procura
o infinito incerto.
O sentimento surge
e tinge de vermelho esse desejo,
quando o cair da tarde
transborda sensualidade.
Vejo com mais clareza
a minha alma despir
O manto da Incerteza.

Débora Benvenuti

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sensações




Sensações


Quero sentir sensações diferentes.
É isto que eu busco, inutilmente.
Quero sentir meu corpo vibrar,
teus olhos me desnudar,
tua boca na minha boca
me sufocar
e meu corpo te desejar.
Sensações diferentes
eu quero experimentar,
com as tuas mãos no meu corpo
a explorar
a minha pele quente
dos teus beijos ardentes.
Sensações diferentes...
É só o que busco...inutilmente...

Débora Benvenuti

terça-feira, 7 de junho de 2011

Descompasso




Descompasso


Passos que se afastam,
noite que se alastra,
medo que me domina a alma
desfaz a minha calma.
A noite cai como um manto
e o frio escorrega no meu pranto,
gota a gota,
salpicando as minhas vestes,
como a lágrima que congela
a minha face gelada.
Caminho sem rumo
a procura de mim mesma.
Há muito me perdi
no momento em que te conheci.
Desconheço o que conheço
e não mais me vejo.
No céu uma estrela me guia,
mas meus passos se desviam
do caminho que a lua ilumina.
Vejo o nada a minha frente
e caminho indiferente.
Meus passos são vertentes
de lágrimas ardentes.
Não sinto mais meu corpo,
somente o desconforto
de caminhar sem rumo,
pois já perdi o prumo.
E assim nessa noite escura,
perco-me de mim,
sem ter chegado ao fim.

Débora Benvenuti