Inquietude
A noite cai.
O silêncio se faz.
Nada é
o que poderia ser.
Invento um verso,
disperso.
A inquietude se traduz
em fragmentos de sentimentos
que a minha alma conduz.
Não sinto, não vejo,
Nada desejo.
Falta-me um aconchego.
Sinto falta dos teus beijos,
cálidos,molhados,profanos.
Vejo-me como um bichano
feito de pano e insano,
a andar sorrateiro,
a noite inteira.
Escorrego na insensatez
da tua ausência
e debruço-me sobre
a tua propensa embriaguês.
Bebo dos teus lábios
o néctar viscoso,
misto de odores
de outros amores.
Sinto a inquietude
diminuir a minha lucidez.
Faço versos diversos
e disperso a névoa
que envolve a minha nudez.
Débora Benvenuti
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