sábado, 24 de julho de 2010

INQUIETUDE







Inquietude





A noite cai.

O silêncio se faz.

Nada é

o que poderia ser.

Invento um verso,

disperso.

A inquietude se traduz

em fragmentos de sentimentos

que a minha alma conduz.

Não sinto, não vejo,

Nada desejo.

Falta-me um aconchego.

Sinto falta dos teus beijos,

cálidos,molhados,profanos.

Vejo-me como um bichano

feito de pano e insano,

a andar sorrateiro,

a noite inteira.

Escorrego na insensatez

da tua ausência

e debruço-me sobre

a tua propensa embriaguês.

Bebo dos teus lábios

o néctar viscoso,

misto de odores

de outros amores.

Sinto a inquietude

diminuir a minha lucidez.

Faço versos diversos

e disperso a névoa

que envolve a minha nudez.



Débora Benvenuti

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