quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
Vários Tons de Cinza
O Cinza amanheceu cinzento, mas de uma tonalidade tão marcante que até ele próprio se desconheceu. Olhou ao redor e percebeu que naquele momento, haviam vários tons de cinza, dos quais ele jamais havia visto. Havia cinza no amanhecer, mas não era um tom de cinza qualquer. Era uma tonalidade de cinza fumê, daquele tom que se obtém quando se usa o esfuminho para tonalizar um desenho. E havia cinza também nas janelas das casas. Mas estas cinzas foram deixadas ali pelo próprio tempo, que se encarregara de tornar aquele tom de cinza impossível de se reproduzir. E o Cinza se espalhava rapidamente, como se quisesse penetrar na alma das pessoas. Muitas vezes era isso mesmo que ele queria: tornar o interior das pessoas tão cinzento que até mesmo uma erva daninha ali não se reproduzia. Mas por que o Cinza queria tornar tudo cinza? Talvez nem ele mesmo soubesse. Não que se sentisse menos nobre por ser cinza. Haviam vários tons de cinza que eram nobres e ficavam muito bem em qualquer lugar. Mas era porque ele mesmo se sentia cinza. Por dentro e por fora. Se ao menos fosse cinza só por fora e por dentro houvesse uma luz interior que tornasse o Cinza em cinza prateado. Prateado? Mas por que não pensara nisso antes? O cinza prateado era uma cor perfeita! E pensando assim, o Cinza percebeu que poderia ser tudo o que ele quisesse ser. Poderia ter todas as tonalidades que quisesse e assim poderia mudar o pensamento das pessoas. Tudo o que fosse um cinza desbotado e sem vida, poderia renascer das cinzas e se tornar tão nobre quanto o próprio Cinza, depois de cada amanhecer. Bastava que seu coração fosse nobre, não importando o tom de cinza...
Débora Benvenuti
domingo, 26 de março de 2017
Melancolia
Quando o sol desmaia languidamente
no horizonte,
uma melancolia me acompanha
neste instante.
A noite se aproxima
e com ela os meus medos
vagueiam em cada esquina.
Como fantasmas surgidos do nada,
invadem a noite e no meu
quarto fazem morada.
E os vejo assim desfocados,
como sonâmbulos
na madrugada.
São sentimentos equivocados
que não mais são evitados.
Fazem parte dessa rotina
e me deixam assim agoniada.
As horas se arrastam
nessa cruel monotonia,
e eu me sinto só,
sem a tua companhia.
É mais uma noite
em que teço com fios prateados,
um céu estrelado,
uma lua prateada e
a tua imagem
nesse tapete mágico bordado.
no horizonte,
uma melancolia me acompanha
neste instante.
A noite se aproxima
e com ela os meus medos
vagueiam em cada esquina.
Como fantasmas surgidos do nada,
invadem a noite e no meu
quarto fazem morada.
E os vejo assim desfocados,
como sonâmbulos
na madrugada.
São sentimentos equivocados
que não mais são evitados.
Fazem parte dessa rotina
e me deixam assim agoniada.
As horas se arrastam
nessa cruel monotonia,
e eu me sinto só,
sem a tua companhia.
É mais uma noite
em que teço com fios prateados,
um céu estrelado,
uma lua prateada e
a tua imagem
nesse tapete mágico bordado.
Débora Benvenuti
quarta-feira, 8 de março de 2017
Mãe
Não há definição
para a palavra Mãe!
Por mais que eu procure
uma explicação,
nunca vou encontrar algo que defina
essa sensação de ser Mãe.
Um palavra tão pequena,
para quem o tempo não existe.
Noites inteiras,
com os filhos pequenos,
observando o seu sono
para ver se a febre
ficou mais amena...
Amor de Mãe,
não tem explicação,
foi assim que aprendi
uma grande lição,
vendo na minha mãe,
a dedicação que dispensava aos filhos,
esquecendo-se dela própria
para dar educação
aquelas crianças às quais dizia
não serem dela,
serem apenas uma dádiva,
que Deus colocou em suas mãos,
para que cuidasse delas
e os transformasse em cidadãos,
pessoas honestas, sem máculas
nem manchas em sua criação.
E com esta percepção,
criou os seus filhos,
e com esta mulher
aprendi uma grande lição,
que ensino aos meus filhos
com todo o meu coração
e espero que eles um dia
passem aos seus filhos
os ensinamentos que recebemos
da minha Mãe!
Débora Benvenuti
Dedicado à minha filha Larissa Benvenuti Varella
Dedicado à minha filha Larissa Benvenuti Varella
domingo, 22 de janeiro de 2017
Por que não falei de Amor
Não
vou mais falar de amor,
por que
já não sei mais o que é esse sentimento,
que
ainda insiste em viver no meu peito
e
me diz que o que eu sinto
é
o soprar do vento que tenta inutilmente
me
dizer que ainda existo.
Mas
não vou mais falar de amor com o Amor.
Esse
amor que um dia existiu,
mas
que desistiu de ser amor para ser
algo
que nunca sentiu.
Se
não foi amor, foi paixão.
Se
foi paixão, não foi amor!
Por
que o que um sente, o outro esquece.
Se
o outro esquece,
o amor emudece.
Por
que não falei de amor?
Só
mesmo o amor sabe o porque!
Débora
Benvenuti
sábado, 10 de dezembro de 2016
Momentos
São
fragmentos de sentimentos,
que
se esvaem por entre os dedos,
como
pedacinhos incontáveis
de
um mosaico que o tempo dispôs
de
maneira irreverente.
Quando
os vejo,
o meu desejo é tocá-los,
como
se pudesse reorganizá-los
e
encaixá-los novamente,
de
uma forma diferente,
para
poder reviver os momentos
mais
marcantes.
O
teu rosto eu retoco
com
pinceladas de saudades.
É assim vou levando,
no
meu peito o teu retrato
e
é com ele que me deito,
sempre
tendo-o ao meu lado,
para
que o tempo não desgaste
nem
apague esses momentos
que
ainda guardo no meu pensamento.
Débora
Benvenuti
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Princesas Virtuais
Princesas virtuais são mulheres sensuais.
Seus castelos são feitos de sonhos,
seus sonhos são muito reais.
Nas janelas dos seus castelos há uma
enorme tela.
Mensagens são digitadas e enviadas
aos
cavaleiros virtuais,
que esperam por suas donzelas em velozes
alazões
muitas vezes confundidos com o cavalo
de Tróia,
combatido, mas nem sempre destruído.
E as princesas são seduzidas,
muitas delas abduzidas.
Mas isso não é mistério
que não possa ser resolvido.
Princesas virtuais,
Agora mais que reais.
Viajam em corcéis alados,
São belas e sensuais.
E não vivem por muito tempo
Uma estória que não for real.
Uma estória que não for real.
Débora Benvenuti
Marcadores:
castelos,
cavaleiros,
princesas virtuais
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
Quem é você?
Quem é você,
que me olha e não me vê?
Quem é você,
que me fala e não me escuta?
Quem é você,
que aparece nos meus sonhos,
mas comigo não sonha?
Quem é você,
que diz que me ama e
assim que desperto,
não está mais por perto?
Quem é você,
que me fala de amor,
sem saber que o amor não tem o sabor
desse licor que os teus lábios contém?
Quem é você,
que me encanta e me fascina
e depois, como suave neblina
se esvai em cada esquina?
Quem é você,
que me aprisiona e me fascina
e me deixas assim tão sozinha?
Será...Você...?
Débora Benvenuti
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
O Coração Sonhador
A Imaginação viveu tanto tempo sem amor,
que nunca imaginou que encontraria
Um Coração Sonhador.
Percorrera longos caminhos, sempre sozinha,
e por mais que procurasse,
seu coração era um eterno sofredor.
A dor que sentia era algo que a oprimia
e não a deixava viver como queria.
O Coração Sonhador era muito namorador
e não se contentava em ter só um amor.
Fazia versos e declarava seus sentimentos
e assim se afirmava como um galanteador.
Mas como quem ama deseja ser amada
isto se tornava um fato desanimador.
E o tal Coração Sonhador,
tinha muita imaginação.
Quanto mais juras de amor fazia,
mais deixava a Imaginação
com a alma vazia.
A Imaginação sabia que os versos que ele fazia
não eram escritos só para ela,
eram só fantasias.
E ele esperava por uma declaração,
pois acreditava que seus versos,
haviam conquistado a Imaginação.
Houve um tempo em que os dois
até acreditaram que poderiam viver
um grande amor.
até acreditaram que poderiam viver
um grande amor.
Mas como a Imaginação era muito esperta,
logo descobriu que o Coração Sonhador,
Era tudo, menos o seu amor.
Débora Benvenuti
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
O Espelho
Vejo-te refletido no espelho de minh'alma.
Teu rosto eu desejo tocar,
mas não consigo vislumbrar o teu vulto
no escuro do meu pensar.
São imagens confusas,
que a luz difusa cria espectros
na retina do meu olhar
e me impedem de dissipar
a neblina que se forma
quando tento a tua imagem assim formar.
Te vejo,
te desejo,
mas percebo que só existes,
na imagem que se reflete
dentro do espelho do meu sonhar...
Débora Benvenuti
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Preciso de um Sonho
Preciso de um sonho
que eu mesma possa colorir,
com as cores que eu mesma possa definir.
Nele eu quero desenhar,
com um lápis bem macio,
o contorno do teu rosto,
para preencher o meu vazio.
Tenho que estar bem inspirada,
para o meu sonho delinear
e com cores bem suaves
os teus traços esboçar.
E para que eu possa
o meu sonho transformar,
só tem uma coisinha
Que eu esqueci de acrescentar:
- Não é só o teu rosto que eu quero desenhar,
mas a tua essência ainda eu quero captar.
Não importa que seja apenas um sonho,
e que eu nunca possa te encontrar,
mas como num passe de magia,
alguns traços ainda eu posso apagar,
e no meu sonho você possa habitar.
Débora Benvenuti
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