domingo, 25 de dezembro de 2011

A nossa Noite



A nossa Noite



Assim preparei a nossa noite:
A mesa posta,
as taças cuidadosamente dispostas.
As flores num arranjo cuidadoso,
os pratos com detalhes dourados.
A toalha em tons delicados
de rosa adornados.
O champangne gelado,
O brilho molhado
do gelo picado
em gotas de orvalho.
E a noite majestosa
se prolongava cautelosa.
A brisa soprava de leve
e trazia o aroma de flores campestres.
A lua se infiltrava receosa
pelo vidro da janela
e a chama da vela sobre a mesa
criava sombras intrigantes.
O som dos passos na escada
ecoavam tristemente
e ao ouvi-los,
meu coração disparava novamente.
Os sons se confundiam em minha mente
e os passos na escada sumiam sutilmente.

Débora Benvenuti.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Palavras



Palavras



Ouço vozes...
Será um lamento?
Ou será a voz do vento
no meu pensamento...?
A cortina do meu quarto
balança suavemente,
e com o movimento
forma figuras estranhas,
que vem e vão,
lentamente.
Parecem dizer alguma coisa
que eu não entendo.
Projetam sombras na parede.
Serão sombras somente
ou serão seres de outro planeta?
Observo algo no escuro,
sombras que me atormentam.
Então penso que possa ser o vento,
soprando sussurros incoerentes,
que vão tomando forma em minha mente.
As palavras parecem dançar e
delicadamente flutuam no ar,
impregnando o ambiente
de um mistério envolvente.
Tento pegá-las,
como se fossem penas
e elas apenas  flutuam no espaço.
Uma a uma as vou colocando
num lindo frasco,
como se fossem  palavras mágicas.
Vou guardando-as
num lugar bem seguro,
onde só eu possa encontrá-las
e com elas formar as frases
de um belo poema.
São palavras
que o meu amigo vento
me traz de outros momentos,
que eu vivi num passado recente.
São palavras de amor
que alguém me falou.
Então as embalo docemente
para poder devolve-las
a quem as enviou...


Débora Benvenuti

Desejos


Desejos


Quero caminhar,
seguir teus passos,
sentir a areia descalça,
a brisa a afagar-me
a alma ferida
e o coração cheio de afeto.
Esse gosto de mel
que existe em tua boca
e que me desperta
os mais insanos desejos,
me faz te desejar
ainda que não possa
contigo estar.
Quero te amar,
deixar-me conduzir
quando a primeira estrela luzir.
E por caminhos desertos,
quero estar perto,
sentir o teu calor,
enroscar-me no teu corpo
feito serpente
e assim ter-te por perto
com esse amor
que me corrói por dentro...



Débora Benvenuti

domingo, 18 de dezembro de 2011

O que as Mulheres Sentem



O que as Mulheres Sentem




Quando um homem deseja uma mulher,
ele não sabe exatamente o que quer.
Às vezes pensa que falar em sexo
seduz uma mulher,
quando na verdade o que ela quer
é ser seduzida com palavras.
Isso não quer dizer que ela
queira ser cantada,
mas desejada, de forma sutil,
transparente, gentilmente.
O que as mulheres sentem
elas demonstram,
mas às vezes não é fácil
perceber e algumas mentem,
quando não querem ser deselegantes,
nem ferir quem se encontra à sua frente.
Nem toda a mulher é igual,
mas nenhuma é diferente,
na hora de avaliar o que deseja.
Se decidiu que a escolha que fez
não é a mais certa,
até escorrega nas decisões,
mas jamais cai em tentação,
se não for isso o que deseja
o seu coração.


Débora Benvenuti

domingo, 11 de dezembro de 2011

Onde está o amor?


Onde está o Amor?



Você, que um dia olhou prá mim
e disse que me amava sim,
com um amor que não teria fim.
Hoje eu pergunto a ti:
Onde está o Amor,
que dizias sentires por mim?
Nem me perguntas mais,
se ainda estou a fim
de continuar a te encontrar,
nessa tela de computador,
que tantos sonhos já viu partir
e jamais a nenhum destino
conseguiu chegar.
Hoje já não diz prá mim,
as coisas que eu queria ouvir,
nem percebes quando não estou
ou se eu entrei nem me vistes sair.
Todo o entusiasmo se apagou,
e desse amor nada mais restou.
Foi um fogo que nem brasa deixou,
só cinzas que o ventou levou
e pelo infinito espalhou.
Nunca mais você voltou,
nem deixou nada escrito,
só a saudade que ficou
 de um amor que há muito acabou...



Débora Benvenuti

sábado, 10 de dezembro de 2011

Casais sem Cais


Casais sem Cais




Há uma leve brisa
a soprar no cais.
A noite escura
parece um tapete
bordados de estrelas
que luzem timidamente
sobre os casais.
Caminham
em sentidos opostos,
presos aos dogmas
de uma aliança
que suspira “ais”.
Amores sedentos,
desejos ardentes,
presos a correntes
dos seus tormentos.
São casais sem cais,
sem ter a certeza
de onde ficar.
As âncoras são pesos
que já não conseguem suportar.
O amor em suas entranhas a latejar.
O desejo só faz
aumentar
e a fraqueza os faz
hesitar.
Homens sem argumentos
para a esse amor se entregar.
Sofrem por seus desejos
e não os conseguem expressar.
Vivem de poucos momentos,
acreditam em um juramento,
e dele não conseguem se libertar.
Casais sem cais,
arrastam-se tristemente,
amam ardentemente,
mas não conseguem
chegar a nenhum cais.


Débora Benvenuti

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Quem me dera fosse ainda Primavera


Quem me dera fosse ainda Primavera



Quem me dera fosse ainda primavera
e o tempo permanecesse como era,
nos dias da minha infância em que as horas
transformavam os dias numa eterna espera.
Quem me dera fosse ainda primavera
e eu pudesse reaver cada sonho que sonhei,
percorrer novamente cada estrada que trilhei
e escolher outros caminhos por onde não passei...
Quem me dera fosse ainda primavera
e eu tivesse novamente a chance de escolher,
uma nova idade de viver e outros valores
pelos quais valesse a pena viver...
Quem me dera fosse ainda primavera
e eu pudesse novamente realizar
todos os sonhos que eu sonhei
e que o tempo se encarregou de apagar.
Quem me dera fosse ainda primavera
e eu pudesse te encontrar,
viveria novamente essa espera,
para essa nova era reencontrar,
cada momento dessa nova primavera partilhar
e contigo para sempre ficar...


Débora Benvenuti

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Asas de Aço



Asas de Aço


Te busquei por tanto tempo
e quando já não mais esperava,
te encontro de novo,
meu doce amado.
Minha alma vagueava
perdida e sem rumo.
Tantas vezes te imaginei,
mas jamais pensei
que te encontraria,
como te encontrei.
Não vens montado
num lindo cavalo branco,
mas sim vindo do espaço,
voando com asas de aço.
E quando novamente
estiveres voando,
quero voar contigo
ao teu encontro.
Estarei no aeroporto
e te verei chegando,
bem como imaginei
nas minhas noites insones.
Te quero,
como jamais alguém te quis.
E isso você já sabe.
Basta estender os braços
e me aconchegarei neles,
como desejas que eu o faça!


Débora Benvenuti