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sábado, 10 de dezembro de 2011

Casais sem Cais


Casais sem Cais




Há uma leve brisa
a soprar no cais.
A noite escura
parece um tapete
bordados de estrelas
que luzem timidamente
sobre os casais.
Caminham
em sentidos opostos,
presos aos dogmas
de uma aliança
que suspira “ais”.
Amores sedentos,
desejos ardentes,
presos a correntes
dos seus tormentos.
São casais sem cais,
sem ter a certeza
de onde ficar.
As âncoras são pesos
que já não conseguem suportar.
O amor em suas entranhas a latejar.
O desejo só faz
aumentar
e a fraqueza os faz
hesitar.
Homens sem argumentos
para a esse amor se entregar.
Sofrem por seus desejos
e não os conseguem expressar.
Vivem de poucos momentos,
acreditam em um juramento,
e dele não conseguem se libertar.
Casais sem cais,
arrastam-se tristemente,
amam ardentemente,
mas não conseguem
chegar a nenhum cais.


Débora Benvenuti