sábado, 23 de outubro de 2010

ABISMO DE SONHOS




Abismo de Sonhos

 

Alço o vôo frenético da revoada
e me lanço no espaço.
Tal qual gaivota planando no ar,
me sinto transportar.
Meu pensamento me leva a flutuar
pela imensidão de um céu de outono,
que há muito se fez silenciar.
Não ouço mais a tua voz
no meu ouvido a sussurrar.
Será que a brisa
parou de soprar?
Ou serei eu que não
posso mais te escutar?
Ao longe percebo a linha do horizonte,
que se tinge de vermelho
e faz meu coração soluçar.
É mais um dia que acaba por findar,
sem que os meus sonhos
eu possa realizar.
A noite se apropria do dia,
não há como evitar.
Tal qual meus sonhos
quando caiem no abismo
e eu não os consigo resgatar.
É só mais um sonho
e eu acabo por despertar.



Débora Benvenuti


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