terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Os Lírios do Campo



Os Lírios do Campo



Eu viveria entre os lírios do campo
e ficaria escondida entre tantos,
se soubesse que o meu cavaleiro andante
passaria em seu belo corcel branco
e colheria um lírio do campo.
Eu seria dos lírios,
o mais perfeito,
um sonho nunca desfeito
e um amor sem nenhum defeito.
Amar-te-ia languidamente
nas manhãs primaveris
e entre flores ,nos jardins,
faria a nossa cama.
Com pétalas de flores
de todas as cores,
para destacar ainda mais
a pureza do meu coração sonhador.
E não haveria amor mais perfeito,
nenhum corpo mais sedento,
nenhuma boca te beijaria
com beijos mais ardentes
dos que os meus.
Pelo teu corpo deslizaria os meus dedos
acariciando cada detalhe teu.
E seria tua,
com a luz da lua a iluminar
os nossos corpos nus.
Entre pétalas perfumadas
dormiríamos assim, abraçados,
depois do sonho realizado.



Débora Benvenuti

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Amanhã chega Depois



O Amanhã chega Depois



O hoje é só um começo
e todo dia é um recomeço,
penso em você de todo o jeito
e não apenas nos meus versos.
Quisera tê-lo aqui,
tocá-lo por inteiro,
sentir que estás por perto
e que me tens,
como um livro aberto.
Em cada página eu escrevo
todos os sonhos que ainda tenho,
e sonhá-los ao teu lado
é um sonho que não me desfaço.
No meu lívro ainda há espaço,
e vou enfeitá-lo com um laço
de fitas coloridas,
esperando que as desfaças,
quando estiveres ao meu lado.
Podes escolher o sonho,
que mais te seduzir  e
 eu ainda posso todos eles traduzir,
na linguagem dos sentimentos
que mais prazer te fará sentir.
Só espero que não demores
para esse livro abrires,
porque enquanto eu escrevo
sinto que o meu desejo
em cada página eu descrevo,
e se não souberes intepretá-lo,
teremos a noite toda,
para esses versos decifrares.
Será que teremos um amanhã...?
O amanhã chega depois...
Depois que todos esses sonhos
comigo tiveres sonhado...



Débora Benvenuti

domingo, 8 de janeiro de 2012

Sonhos de Menino


Sonhos de Menino



Existe um menino que vejo sorrindo,
seus sonhos são lindos...
embora o menino já tenha sofrido
e nenhum dos sonhos tenha mantido.
O tempo passou,
sua vida mudou,
e o amor que sentiu por outra pessoa,
são páginas de um livro esquecidas abertas
e que já não são mais lidas,
porque sua vida, nas páginas do livro,
são palavras perdidas,
que o vento do tempo,
soprou devagar
e as fez apagar...
Onde está o menino que vejo sorrindo?
Que me diz que não pode
viver sem sonhar?
E os sonhos que tem
não os pode realizar?
Será que esse menino
que hoje vejo perdido
não é mais capaz, 
desse doce delírio
fazer outro livro,
onde as páginas em branco
ainda possam falar
e uma outra estória
ali possa contar?


Débora Benvenuti 

sábado, 7 de janeiro de 2012

Quando os Sonhos Adormecem


Quando os Sonhos Adormecem



Quando eu era bem pequena,
Sonhava ser Arquiteta,
Arquitetava vários sonhos
e os sonhava realizar.
Sonhava em construir uma casa
e eu mesma decorar.
Esses eram sonhos
que eu vivia a sonhar
e para isso fui estudar.
Não fui ser Arquiteta,
mas em Decoração fui me formar.
Na escola da vida,
meus estudos resolvi protelar,
porque aos meus filhos
decidi me dedicar.
Passaram-se anos, muitos anos
e aquele antigo sonho fui encontrar,
escondido num cantinho,
que nunca mais fui visitar.
Encontrei o sonho ainda encoberto,
pela  poeira que lá foi se acumular.
Decidi que era hora desse sonho realizar.
Fui com a minha filha fazer o tal vestibular
para a universidade poder freqüentar.
Ela foi fazer jornalismo e eu , 
a tão sonhada arquitetura,
aquele sonho antigo,
 que eu vivia a arquitetar
e que não queria se aquietar.
Somos hoje duas acadêmicas.
Mas faculdade particular ?
É um sonho muito caro
que não vou poder pagar...
Todo sonho tem um preço
e o meu vai ficar adormecido,
num cantinho escondido,
Até outra vez poder sonhar...

Débora Benvenuti

domingo, 25 de dezembro de 2011

Abismo de Sonhos




Abismo de Sonhos



Alço o vôo frenético da revoada
e me lanço no espaço.
Tal qual gaivota planando no ar,
me sinto transportar.
Meu pensamento me leva a flutuar
pela imensidão de um céu de outono,
que há muito se fez silenciar.
Não ouço mais a tua voz
no meu ouvido a sussurrar.
Será que a brisa parou de soprar?
Ou serei eu que não
posso mais te escutar?
Ao longe percebo a linha horizonte,
que se tinge de vermelho
e faz meu coração soluçar.
É mais um dia que acaba por
findar sem que os meus sonhos
eu possa realizar.
A noite se apropria do dia,
não há como evitar.
Tal qual meus sonhos
quando caiem no abismo
e eu não os consigo resgatar.
É só mais um sonho
e eu acabo por despertar.


Débora Benvenuti

A nossa Noite



A nossa Noite



Assim preparei a nossa noite:
A mesa posta,
as taças cuidadosamente dispostas.
As flores num arranjo cuidadoso,
os pratos com detalhes dourados.
A toalha em tons delicados
de rosa adornados.
O champangne gelado,
O brilho molhado
do gelo picado
em gotas de orvalho.
E a noite majestosa
se prolongava cautelosa.
A brisa soprava de leve
e trazia o aroma de flores campestres.
A lua se infiltrava receosa
pelo vidro da janela
e a chama da vela sobre a mesa
criava sombras intrigantes.
O som dos passos na escada
ecoavam tristemente
e ao ouvi-los,
meu coração disparava novamente.
Os sons se confundiam em minha mente
e os passos na escada sumiam sutilmente.

Débora Benvenuti.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Palavras



Palavras



Ouço vozes...
Será um lamento?
Ou será a voz do vento
no meu pensamento...?
A cortina do meu quarto
balança suavemente,
e com o movimento
forma figuras estranhas,
que vem e vão,
lentamente.
Parecem dizer alguma coisa
que eu não entendo.
Projetam sombras na parede.
Serão sombras somente
ou serão seres de outro planeta?
Observo algo no escuro,
sombras que me atormentam.
Então penso que possa ser o vento,
soprando sussurros incoerentes,
que vão tomando forma em minha mente.
As palavras parecem dançar e
delicadamente flutuam no ar,
impregnando o ambiente
de um mistério envolvente.
Tento pegá-las,
como se fossem penas
e elas apenas  flutuam no espaço.
Uma a uma as vou colocando
num lindo frasco,
como se fossem  palavras mágicas.
Vou guardando-as
num lugar bem seguro,
onde só eu possa encontrá-las
e com elas formar as frases
de um belo poema.
São palavras
que o meu amigo vento
me traz de outros momentos,
que eu vivi num passado recente.
São palavras de amor
que alguém me falou.
Então as embalo docemente
para poder devolve-las
a quem as enviou...


Débora Benvenuti