Quem
me dera ter esperança,
se
só vivo da lembrança,
que
ficou perdida na criança,
que
existiu na minha infância,
e
que hoje já não tem mais a inocência,
nem
os mesmos sonhos
que
povoaram a minha mente,
e
que hoje são apenas reflexos
do
espelho que reflete
o
que já não sou,
mas
que me impele
a
desejar sentir na pele
o
suave perfume da primavera,
daqueles
dias angelicais,
em
que percorria os trigais,
e o
tom amarelado
dos
últimos raios do sol,
se
infiltrando por entre as folhas,
num
suave toque aveludado,
despertando
ainda mais o meu desejo,
de
voltar a viver esses momentos
e
jamais dizer adeus às ilusões
de
tardes tão angelicais...
Débora
Benvenuti