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domingo, 11 de setembro de 2011

A Flor de Papel



A Flor de Papel


Quarenta semanas,

gravidez acabando,

sinais estranhos  
me incomodando.

Vejo estrelas piscando,

a vista ficando nublada.

Me sinto cansada,

desço as escadas,

embarco no carro,

dirijo apressada,

porque sei que as crianças

pela professora estão esperando.

Quando chego à escola,

já não enxergo quase nada,

pelas paredes vou me segurando.

Durante a aula percebo
que a situação está piorando.

Aula acabada,

volto para casa.

No trânsito só observo,

vultos se movimentando.

Chego em casa ainda mais cansada,

a dor na cabeça  me importunando.

No meio da tarde
procuro pelo médico

e pelos sintomas ele percebe
a pressão aumentando.

Diz que não há tempo a perder

e precisa tirar a criança,

senão a esperança
de ver meu filho nascer,

irei perder.

Na maternidade percebo,

que há muito pouco a fazer.

Mesmo assim me alegro
de ver tantas rosas

enfeitando as portas
dos quartos,

onde mais um bebê acaba de nascer.

Imagino o meu quarto,

como deve ficar florido,

quando o meu bebê nos braços,estiver comigo.

Na sala de parto,

a cirurgia é arriscada.

Percebo a pressa
com que o médico

os instrumentos
pede à assistente trazer.

A anestesia é dolorida,

sinto a dor do corte
que o médico acaba de fazer.

Depois o silêncio...

Não tenho coragem de perguntar
como está o meu filho

que acaba de nascer.

Ouço uma voz distante
me dizendo,

é uma menina,
está tudo bem.

Salvamos a criança
e você também!

No quarto percebo com mais clareza

como é pequena
a minha princesa,

e quanto é linda
aquela rosa azulada,

de papel desbotado
que acabo de receber...



Débora Benvenuti

Sem saber,Larissa tatuou uma rosa azulada,igual a que recebi quando ela nasceu.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Amor Incerto


Amor Incerto


Não posso prometer
um amor incerto,
feito de promessas,
isto não é honesto.
Não finjo que não escuto
as palavras carinhosas,
os versos cheios de ternura.
Esse amor tão cheio
de venturas
que me dedicas
de forma tão singela.
Se eu pudesse te amar
e tudo fosse assim tão fácil,
com certeza eu te amaria
e de você nunca mais
 me separaria.
Mas não se ama com palavras,
nem com palavras
se pode amar.
É preciso sentir com a alma
e deixar o amor desabrochar,
como se fosse uma flor
que um jardineiro rega,
com todo o amor.
Mas se a flor não florir,
não é culpa do jardineiro,
talvez seja apenas uma flor
que não desabrochou por inteiro.


Débora Benvenuti