terça-feira, 25 de junho de 2013

Espelho da Alma




A imagem que se reflete
me deixa inerte.
Transponho a tênue linha
que me separa do consciente
e me vejo perdida
numa névoa envolvente.
Vislumbro sombras distorcidas
no tempo já esquecidas.
Quero enxergar além
da visão turva que
meus olhos vêem.
E te vejo de mim te distanciares,
como se estivesses partindo
para nunca mais voltares.
Grito o teu nome
e o eco retumba como flechas
lançadas a esmo,
num lugar negro e escuro.
Sinto calafrios e a minha alma
parece a mim não mais pertencer.
Vejo tudo escurecer.
Não sinto mais as lágrimas a escorrer.
Somente o vazio ao meu redor
quebra a imagem deste silêncio
que me faz sofrer.



Débora Benvenuti

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