quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Enquanto há Tempo


Enquanto há Tempo
  

Quem sabe um dia,
 eu te verei chegar sorrindo,
 e toda essa angústia
 que me sufoca e me deprime,
será apenas uma lembrança
 de um passado já distante.
 Quanto tempo ainda terei
 que conviver com o coração ferido,
 se tudo que eu preciso
 é da tua presença
e isso eu não consigo,
 porque a distância é
 como um abismo,
 intransponível e invisível,
 e isto tudo não faz sentido,
 porque eu te quero tanto
 e tu não ouves o meu pranto.
 Minhas lágrimas escorrem
 por todo o canto
e por mais
 que eu reprima essa dor,
 que me acompanha
 e que me fere tanto,
 sinto que a tua ausência
 fere mais que o silêncio,
 que agoniza com o meu pranto.
 Onde estás,
 que não ouves esse lamento?
 Só me diz enquanto há tempo,
 porque o tempo há muito
 por aqui passou
e de neve
 meus cabelos transformou.
 Quando enfim me encontrares,
 saberás que existiu alguém,
 que por ti esteve esperando
 e não mais encontrarás
 esse coração suplicante.
 No lugar dele, apenas um tampo,
 encoberto pela poeira do tempo,
 onde se lê com letras apagadas:
 " Aqui jaz um coração que te amou tanto!"


Débora Benvenuti

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