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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A Muralha Invisível







Meus passos apressados
se perdem na bruma do passado.
Tudo o que eu havia pensado
hoje não tem mais nenhum significado.
Percorro as ruelas estreitas
do tempo e me vejo perdida
num emaranhado de laços,
treliças de momentos
adornados de tormentos.
Tento desvencilhar-me,
desfazer os laços,
caminhar sobre os meus próprios passos.
Mas vejo que por mais que o faça,
continuo presa numa muralha invisível,
que me prende os braços.
Te vejo do outro lado a acenar-me,
com os olhos marejados de lágrimas.
São lágrimas que escorrem na tua face,
misto de desejo e renúncia
de um amor que nunca poderá
se tornar realidade.



Débora Benvenuti